MUNDOS
...da BONDADE e da MALVADEZ
LIKE!
&
MEET
IN+++UTILIDADES
IN---UTILIDADE++++
IN+++UTILIDADE!!
<<<<<<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>>>!
Os CÃES!
Os OLHARES!
As CRIANÇAS!...antes de serem ADOLESCENTES.
AS "TABLETES" de CHOCOLATE que se comem...
Nas
MESAS Circulares, quebradas por formas quadrangulares, as famílias
mergulham no silêncio procurando sensações, (INÚTEIS), para lá da
cortina em penumbra.
Chegou o TEMPO (IN++ÚTIL+IDADES)...na concentração
na grande TRIBO - A nova DROGA aparentemente-aparente... ANSIEDADE na
espera. As famílias, "JUNTAS" SEPARADAS, já nada têm para dizer nas MESAS
circulares quebradas pelas arestas feridas.
Estas coisas (ainda) são BOAS!
Os CÃES!
Os OLHARES!
As CRIANÇAS!...antes de serem ADOLESCENTES.
AS "TABLETES" de CHOCOLATE que se comem...
Como eu GOSTARIA de SER...TONTO
SE,,,eu FOSSE REALMENTE TONTO>TRESLOUCADO> ou PORTADOR de FIDELIDADES balofas, bastar-me-iam os campos cobertos de fruta ...a fruta das ÁRVORES em AGOSTO, prostrada, cobrindo o chão.
A LUCIDEZ, a REFLEXÃO e a insatisfação são motivos suficientes para a criação, neste tempo de HERÓIS.
TRIBAL MEETIC
NUMA MIXÓRDIA, sem FIM à VISTA,
INTELECTUAIS, REVOLUCIONÁRIOS, PROSTITUTAS, CHULOS, VIOLADORES, POLÍTICOS, Pedófilos,ASSASSINOS, PESSOAS COMUNS, DONAS de CASA DESESPERADAS, CR7, Jogadores de todas as latitudes, presidentes, primeiros ministros e oposições,TALLIBANS, Cantores PIMBAS, actores, actrizes, ADOLESCENTES quase de BERÇO-SINDICALISTAS, APRESENTADORES /AS de TELEVISÕES etc...etc.Pessoas inteligentes e menos inteligentes...
Todos no LAMAÇAL de um controlo mediático das MASSAS -
A ARMA dos OPRESSORES SILENCIOSOS e das NOVAS DITADURAS, visando a apatia e um falso sentimento de GRATIDÃO (LIKE´S).
TODOS se "ESPOJAM", procurando a limpeza da ALMA, nestes recantos misteriosos e perigosamente repressores da individualidade e que são
uma ameaça à SOBREVIVÊNCIA dos valores duma Nação que se quer independente.
Tempos BÁRBAROS que, por vezes, nos obrigam a fechar os olhos. TEMPOS do VALE TUDO,sem JUSTIÇA nem SEGURANÇA.
Para estruturar este artigo e como ponto de partida servi-me de um comentário recente a um post do blogue.
E dirigido ao ARTIGO - A MULHER e o CÃO
Constatei esta triste realidade por terras da PISCOSA, nas esplanadas no final das tardes. Realidade à qual não quero dar muita atenção neste encadear de assuntos diversos e com um sentido comum - CHAMAR-LHE-EI :
A PROCURA do "SER" ainda mais FORMATIZADO do que que já se é o SUFICIENTE.
Substituirei o texto que fica na gaveta com as imagens que se seguem .
TEMPOS BÁRBAROS
e
Os OLHOS da REALIDADE
2 realidades, uma no passado e a outra neste PRESENTE
REVISITANDO a verdadeira essência de um GÉNIO, PABLITO PICASSO, e a decadência de um HOMEM que sempre quis ser comum, médico e HOMEM BOM, Doutor Freitas - AÇORIANO em terras da BEIRA.
Dois retratos distintos - o primeiro mostra o GÉNIO-MONSTRUOSO do HOMEM por trás da obra e, o segundo, retrata a bondade de quem quis fazer o caminho da vida ajudando os outros.
Um escritor (...da ALMA) fora de série - a prova disso são os seus escritos ao longo dos anos no jornal -RECONQUISTA.
Neste último artigo ( AGOSTO 28/ Jornal a reconquista« Passei fome. E doeu muito. Valeram-me
os polícias), num tempo em que em termos materiais e familiares bateu no fundo. Motivos vários... BONDADE- ALTRUÍSMO- MÁS COMPANHIAS e a FRAQUEZA do PECADO ORIGINAL.
Mas, no Domínio da ÉTICA e da MORAL, mais SAUDÁVEL do que nunca.
Dr. Freitas da SILVA, um dos meus heróis
Os ESCRITOS dos OUTROS REVISITADOS na terceira PESSOA.
PICASSO
DEUS na TERRA
"Concordo com D.Quixote:
o meu repouso é a batalha."
(Pablo Picasso)
por Nuno guedes-K, Fevereiro de 1992
« se fores um soldado, serás um general; se fores um padre serás o Papa», disse-lhe a mãe, a primeira mulher da sua vida. E pela vida assim continuou, ultrapassando até os sonhos da sua mãe-foi um homem, chegou a imortal.
A VIDA só tem uma desvantagem: é não se poder vivê-la toda
como se devia e, às vezes, como se merecia. Há sempre alguma coisa que fica pelo
caminho, seja uma paixão ou uma vocação. Raros são os eleitos que conseguem
experimentar a vida a sério com tudo o que ela tem para oferecer, de bom e de
mau. PICASSO foi um deles.
Para simplificar é preciso dizer que este homem foi um MONSTRO de EGOÍSMO, de GÉNIO, de HIPOCRISIA, de
RIQUEZA, de MALDADE e de MAGIA.
Picasso aconteceu a este mundo e a este
século, e não o contrário. Foi, ao mesmo tempo, a luz e o mosquito que nela se
queima. Não permitiu vida para além da sua presença, e quem dele se aproximava
sabia que teria de obedecer. Picasso reinou com a tirania obsessiva que só o
talento pode oferecer e justificar. «Ser injusto é SER DIVINO», dizia. E Picasso era um DEUS.
Pelos anos em que viveu ficaram espalhados os
cadáveres das amizades traídas, das inúmeras amantes que possuiu, das adorações
que despertou e da família que renunciou.
Picasso foi o ser amoral perfeito, porque « aos
grandes líderes tudo é permitido». A sua grande causa foi ele próprio e a sua
ARTE, e para servi-la não recuou perante nada nem ninguém. Só a sua condição de
MORTAL o atormentou até ao desespero; mas também foi o que deu sentido à sua
vida e à sua OBRA.
É preciso recuar até aos seus primeiros anos para perceber que PABLO RUIZ
PICASSO nasceu para ser adorado. Irá manter o seu temperamento de menino mimado
toda a vida, seja em que condições se encontrar; da extrema pobreza dos
primeiros anos em Paris, à ostentação do eremita milionário do Notre-Dame-Sur
Vie. A mãe Doña Mari, previu-lhe desde logo destino grandioso; o pai Don José,
professor de pintura e pintor nas horas vagas, viu nele o talento, enorme e
precoce.
De Málaga para Barcelona, onde vai estudar e
descobrir o mundo; e de Barcelona para Paris, e rápidas viagens de exploração
que só lhe aumentavam o desejo de pertencer a alguma coisa nova-foram assim os
primeiros anos do pintor do século XX. São tempos decisivos para formar os
sentimentos que o acompanharão por toda a vida: a procura de algo novo, de uma
arte absoluta; uma enorme superstição; e uma misogenia extrema, escoltada por
um desejo sexual fora do comum.
É também nesta altura que Picasso se revolta definitivamente
com ABSOLUTO: quando a sua irmã COCHITA, de 8 anos, está muito doente, Pablo
faz um pacto com Deus- se Ele a curar, Picasso abandonará para sempre os
pincéis. Conchita morre pouco tempo depois, e com ela a fé que este mundo é
governado por um Deus bom e grato.
Com a morte da irmã nasce o Picasso NIILISTA
e cínico, o que é capaz de afirmar que sofre mais «com a presença das pessoas
do que com a sua ausência». A partir deste momento, a sua arte deveria existir
apenas como DESAFIO ao CRIADOR e à pior sorte que ELE nos reserva a MORTE. «Se
houvesse um deus, como é que eu suportaria não SER DEUS?», perguntou Nietzch;
Pablo Picasso decidiu então ser um deus na terra.
«NÃO TENHO AMIGOS»
E os
Deuses atraem para si todos quantos os vêem.
Picasso desde cedo aprendeu a manipular este dom para satisfazer os seus
interesses. Os homens e as mulheres que com ele privaram ficaram para sempre
presos no seu encanto: desde Pére ManYac, o catalão que o ajudou a sobreviver
nos anos difíceis de Paris e que tinha por ele uma paixão velada. Passando por Max
Jacob, o seu primeiro defensor acérrimo e que partilhou com ele os anos de
pobreza indizível; continuando em Guillaume Apollinaire, o grande poeta francês
e seu principal divulgador, jean Cocteau ou Paul Éluard; e terminando em Jaume
Sabartés, o seu ESCRAVO em nome de uma amizade que não existia- PICASSO a TODOS DOMINOU e TRAIU INDISTINTAMENTE.
Não
tinha amigos, « SÓ AMANTES», como gostava de dizer. Talvez fosse verdade. Em
1944, os alemães prenderam MAX JACOB-judeu de origem, mas há vinte anos
convertido ao catolicismo. O seu destino provável seria Dachau ou Auschwitz.
Jacob enviou telegramas desesperados ao seu amigo Picasso- então já um pintor famoso e em posição privilegiada
para interceder a seu favor. Picasso ignorou olimpicamente estes gritos
escritos. Os amigos de Max Jacob insistiram; Picasso apenas comentou: « Max é
um velho diabo, e com certeza não vai ficar na prisão muito tempo». Finalmente
através de um abaixo-assinado (de que Picasso não constava), conseguiu-se o
perdão.
Quando
chegaram à localidade onde Max estava preso, este tinha morrido um dia atrás
com pneumonia.
Mais
dramático foi o que aconteceu com APOLLINAIRE, que Picasso admirava e
partilhava todos os seus dias. Em 1911, o poeta foi preso injustamente por
cumplicidade num roubo de estatuetas no Louvre. Picasso foi chamado a depor,
sabia que o seu amigo estava inocente, vítima de um vigarista que lhe vendeu as
estátuas. Quando lhe perguntaram se conhecia Apollinaire, Picasso respondeu: «
Vimo-nos uma vez ou duas, apenas o conheço superficialmente».Diz-se que
Apollinaire chorou convulsivamente ao ouvir estas palavras. Picasso também. Por
que razão, ninguém irá saber. O que se sabe é que nos últimos momentos,
enquanto lutava desesperadamente para continuar vivo, o nome de Apollinaire foi
ouvido como um grito de arrependimento.
As
relações humanas para Picasso apenas poderiam existir a partir dele. Todos os
que demonstravam interesses estranhos à sua pessoa, todos os que resistiam à
sua magia eram imediatamente excomungados, até o Mestre deles precisar outra
vez. Pior acontecia quando Picasso detectava um rival. Juan Gris, o pintor
catalão, foi um deles.Picasso odiou-o com quantas forças possuiu, e tudo fez
para que Gris passasse dificuldades: influenciou galeristas, mentiu, deixou
escapar comentários maliciosos em reuniões sociais. Gris morreu novo e quase na
miséria, embora admirado por todos.
Picasso
estava no funeral, impassível perante a indignação de todos, dizendo a quem
queria ouvir da sua estima pelo pintor morto.
Jaume Sabartés passou fases de amigo a
escravo, Sabartés tinha um fascínio servil por Picasso, e este sabia-o. Abusou
disso até à exaustão, ou nos últimos anos, até à dependência. Sabartés foi
cortesão-mor, limitando o acesso ao trono do REI PICASSO.
Foi sempre maltratado, mantido na miséria,
mesmo depois de casado; mas a sua
obediência era cega, porque o seu destino era esse.
« O AMOR não EXISTE.
Só HÁ PROVAS DE AMOR»
FERNAND OLIVIER
Marcelle Humbert
Olga Koklova
Marie-Therese Walter
Françoise Gillot
Dora Maar
Na cama e na tela
As musas que fizeram a cabeça de Picasso
Fernande Olivier (de 1904 a 1912)
Elegante, bonita e determinada, tinha 23 anos quando conheceu
Picasso. Viveu com ele os anos de pobreza e boémia. Deixou-o em 1912,
mas nunca superou a separação. Morreu pobre e sozinha em 1956.
Nu deitado (Fernande), 1906
Além de posar para Picasso, ela proporcionou-lhe estabilidade e
segurança para experimentar novas cores e estilos, o que acabou sendo a
transição entre a fase azul, caracterizada pela tristeza, miséria e
morte, e a fase rosa, mais lúdica e alegre, repleta de figuras
circenses. Foi sua musa até o início da fase cubista
Eva Gouel (de 1911 a 1915)
Tinha 25 anos quando conheceu Picasso. Era delicada, sensível e
casada. Mas logo trocou o marido pelo pintor. Morreu de tuberculose, em
1915, deixando Picasso arrasado
Violão “Eu Amo Eva”, 1912
Eva não chegou a posar para Picasso que, nessa fase, não retratava
pessoas. No entanto, ele não deixou de manifestar sua paixão escrevendo
em vários quadros cubistas “Eu amo Eva”
Olga Koklova (de 1917 a 1935)
Casou-se com Picasso em 1918, aos 27 anos. Possessiva, fútil e
ambiciosa, manteve a união estável até a chegada do filho, Paulo, em
1921. As brigas violentas levaram à separação. Desequilibrada, por anos
perturbou o pintor e suas amantes. Morreu de câncer em 1955.
Olga Koklova em uma Poltrona, 1917
Quis transformar Picasso no artista da alta sociedade parisiense.
Durante os “anos Olga”, ele chegou a retratar condes, princesas e
baronesas, retornando ao período clássico.
Marie-Thérèse Walter (de 1927 a 1943)
Marie-Thérèse Walter conheceu Picasso aos 17 anos. Atraente, loira e
com lindos olhos azuis, foi a eterna amante do pintor. Em 1935, tiveram
uma filha, Maya. Sempre dependeu do artista. Enforcou-se em 1977, quatro
anos após sua morte.
Moça em frente do espelho, 1932
A amante clandestina teve forte presença nas obras de Picasso, que
exaltou as linhas e formas sensuais de seu corpo voluptuoso em obras de
grande erotismo. A “era Marie-Thérèse” marcou a fase lírica, sensual e
surrealista
Dora Maar (de 1936 a 1944)
Amante de Picasso por oito anos, era inteligente e bonita. Morena de
olhos verdes, foi musa dos surrealistas e também pintora e fotógrafa.
Das mulheres do artista, foi a que mais sofreu com a separação. Chegou a
viver internada em sanatórios e conventos, e morreu sozinha aos 90
anos
A Mulher Chorando, 1937
Teve papel fundamental na execução de Guernica. Acompanhou,
fotografou e até chegou a ajudar Picasso a pintar o mural. No início dos
anos 40, suas feições estão presentes em vários trabalhos,
principalmente os que mostram uma mulher desfigurada, chorando
Françoise Gilot (de 1943 a 1953)
O pintor com 62 anos, encantou-se pela estudante de 21, cabelos
ruivos e olhos verdes. Com os dois filhos, Claude e Paloma, viveram uma
serena união familiar por dez anos. Mas, em suas memórias, diz-se uma
jovem seduzida, manipulada e traída por Picasso
Mulher numa Poltrona, 1946
Retratada como a mulher-flor, foi sua modelo durante o fim dos anos 40, que ficaram conhecidos como “período Françoise”
Jaqueline Roque (de 1952 a 1973)
Foi a última mulher de Picasso. Moraram juntos por 20 anos, até a
morte do pintor, em 1973. Era jovem e bonita, tinha cabelos negros,
olhos azuis e feições marcadas por traços fortes. Cultivava uma
veneração pelo marido e afastou-o de familiares a amigos. Suicidou-se em
1986
Retrato de Jaqueline Roque com as Mãos Cruzadas, 1954
Musa dos últimos anos, foi a mulher que Picasso retratou de forma mais
obsessiva e com quem mais produziu. Era também sua secretária e agente,
cuidava das exposições, das galerias e dos marchands
Saiba mais
Livros
Na Cama com Picasso, Carlos von Schmidt, Artes/Digital, 1997 - Leitura agradável, com passagens picantes
Life with Picasso, Françoise Gilot & Carlton Lake, Anchor, 1989 -
Memórias da ex-mulher de Picasso sobre a vida do casal. Dá para
entender porque o pintor tentou impedir a publicação do livro
Site
www.musee-picasso.fr
Inclui análises de especialistas sobre a influência das mulheres na vida e na obra do artista. Em francês
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/mulheres-picasso-433643.shtml
A sua
relação com as mulheres é de relatos mais fascinantes de sedução, desejo e
domínio que existe. Desde cedo ele manifestou medo e desprezo simultâneo pelo
sexo feminino. A sua educação sexual foi feita nos bordéis de Barcelona, e
durante muito tempo-quase sempre, até-Picasso dividiu as mulheres em
prostitutas ou matronas.
«Quando tenhas ganas de joder,JODE»
Foi o
título de uma pintura dos seus 20 anos. Viveu sempre à altura do lema.
Em
1904, conhece à porta do lendário Bateau-Lavoir, o seu estúdio de então, a bela
Fernand Olivier. Era uma mulher mais velha, inteligente e algo preguiçosa. Para
o jovem Picasso era um orgulho ser visto ao pé daquela mulher que tão bem
vestia e tão bem falava. Fernand mudou-se para o Bateau-Lavoir. Picasso não a
deixava sair sozinha ou fazer seja o que fosse. Ela gostava, e sentia-se
dominada por aquele jovem príncipe na miséria. Foi a sua primeira grande
relação, que teve momentos de genuína felicidade, como se pode ver nos quadros
do PERÍODO ROSA. Para Picasso, coincidiu com a descoberta das máscaras
africanas no início do CUBISMO, em colaboração com George Braque. Foi também a
época em que concluiu o quadro que iria revolucionar toda a arte do século:
«Les Demoiselles DÁVIGNON».Depois de Fernand, veio Marcelle, a quem ele rebaptizou
de Eva. Eva era fraca e doente, e foi uma presa fácil para Picasso, que rapidamente
se aborreceu.
Quando
em 1915 Eva morre, com uma tuberculose que sempre escondeu ao pintor, a
primeira reacção de Picasso foi de indignação. Mas era apenas uma certeza que a
morte sempre vence e de que o seu dia iria chegar.
Em Novembro de 1965, Pablo Picasso é
internado no Hospital Americano de Nice para uma operação à bexiga e à
próstata.
Esta data marca o fim definitivo da sua potência
sexual e o reconhecimento forçado da sua decadência física. Para um homem que
necessitava-de um modo vital-de mulheres, a um ritmo alucinante, foi uma
primeira morte. O deus mau estava a vencer finalmente, e nada poderia ser feito
contra isso. A palavra nunca tinha sidomais cruel e verdadeira: para as
mulheres e para a vida, Picasso estava impotente.
A sua obra torna-se então quase pornográfica,
de uma raiva incontida e gratuita contra o que já não tem remédio.
O SEXO TUDO DOMINA-
O sexo que se vai fazer, o sexo que se está a fazer, o sexo
mal feito, o sexo que nunca irá ter lugar.
Até 1973, ano da sua morte, a misogenia aumenta em progressão geométrica com o medo de morrer. A CRIATIVIDADE estagna de vez e
Picasso resigna-se a pintar Auto-retratos e variações sobre quadros de outros
autores, como MONET.
Morte
Pablo
Picasso morreu em 8 de Abril de 1973 em Mougins, França, enquanto ele e
sua esposa Jacqueline entretinham os amigos para um jantar. Suas
últimas palavras foram:
"Beba-me, beba à minha saúde,
você sabe que eu não posso beber mais nada."
Ele
foi sepultado no castelo de Vauvenargues, perto de Aix-en-Provence, uma
propriedade que havia adquirido em 1958 e ocupada com Jacqueline entre
1959 e 1962. Jacqueline Roque impediu Claude e Paloma de assistir ao
funeral. Devastada e só depois da morte de Picasso, Jacqueline Roque
tirou sua própria vida com um tiro em 1986 quando ela tinha 60 anos.
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Outros testemunhos
ERA JACQUELINE
Sim, ela trata-o por Pablo: La Vérité sur Jacqueline Roque et Pablo
Picasso é o regresso de Dr. Pablo contra Mr. Picasso. Pepita Dupont
escreve em defesa de Jacqueline, esclarecendo nomeadamente que se ela
não deixou os filhos do pintor assistirem ao funeral do próprio pai foi
para cumprir as últimas vontades dele (Picasso estaria indignado com a
luta canina pela herança). Mas também escreve em defesa de Pablo,
contradizendo o mito urbano de um homem profundamente egocêntrico, cruel
e avarento: "O que é mais injusto é que a maioria dos ataques veio da
família dele, a família que ele sustentou. Primeiro houve o livro da
ex-companheira Françoise Gilot [Vivre avec Picasso, publicado em 1966],
que transmitiu a imagem de um Picasso somítico e monstruoso. Depois os
filhos e os netos sujaram-no enquanto esperavam pela herança e ele lhes
financiava os estudos (...). Na verdade, Picasso era um homem de uma
enorme generosidade com os amigos e estava-se realmente nas tintas para o
estatuto social das pessoas com quem se dava."
A vida de Picasso e Jacqueline que até aqui
permaneceram no anonimato, como o casamento dos dois, a 2 de Maio de
1961, na presença de duas testemunhas e de uma senhora da limpeza.
Pepita Dupont ajuda a esclarecer quem era essa mulher profundamente
submissa (a única mulher que Picasso pintou nos últimos 17 anos da vida
dele) que comparava abertamente Picasso a um deus ("Não se faz sombra ao
sol"), o tratava por "monseigneur" e lhe beijava a mão: "Era uma pessoa
simples que viveu com muitas dificuldades todos os ataques contra ela -
era como uma esponja, de uma grande sensibilidade, absorvia tudo. Dizia
que não tinha encontrado uma maneira de se blindar." Dizer que
sobreviveu a Picasso (morreu nove anos depois dele) é um eufemismo:
Jacqueline passou os últimos anos sozinha, alcoólica, enfiada num quarto
escuro a falar com as fotografias do marido.
Sacrifícios humanos
Ao
longo dos últimos anos, a figura de Picasso foi sucessivamente lida e
relida em função dos testemunhos publicados pelos familiares do artista.
Perante o terrível relato autobiográfico de Marina Picasso (Grand-père,
publicado em 2001 pela Denoël), La Vérité sur Jacqueline et Pablo
Picasso é um romance cor-de-rosa. Esse é o livro em que Picasso é um
monstro - a obra é brilhante, diz ela, mas a obra exigiu "sacrifícios
humanos" (o sangue dela, o do irmão dela, o do pai dela). "O meu pai
nasceu sob a tirania de Picasso e morreu dela - traído, desapontado,
diminuído, destruído, inexoravelmente. O meu irmão Pablito, que foi um
joguete do sadismo e da indiferença do meu avô, suicidou-se aos 22 anos
com uma dose letal de lixívia (...). A minha avó Olga, humilhada,
degradada por tantas traições, acabou a vida dela paralítica. Nem uma
vez o meu avô a visitou - e no entanto ela desistiu de tudo por ele
(...). Gostava de um dia poder viver sem este passado", conta logo nas
primeiras páginas.
O primo, Olivier Widmaier
(filho de Maya, a única descendente da relação extraconjugal que Picasso
teve com Marie-Thérèse Walther), acha que a memória de Marina foi
"distorcida pelos longos anos que passou em psicoterapia" e tem outra
versão (Picasso: Portraits de Famille, publicado em 2002 pela Ramsay).
No livro dele Picasso não é um monstro: é só uma figura bigger than life
que não falava com os filhos mas que os ajudava "discretamente".
Marina
passou várias quintas-feiras à chuva, à porta de Notre-Dame-de-Vie,
porque o avô não queria "ser incomodado" pela visita semanal dos netos.
Olivier nunca o conheceu porque a mãe não queria que ele fizesse parte
do universo do avô. É por isso que toda a verdade sobre Picasso será
sempre apenas uma parte da verdade: tudo depende do sítio onde se estava
quando ele ainda era vivo.
Texto: Inês Nadais
in Público | 07 de Abril de 2008
Dr. FREITAS - o BRILHANTE FREITAS
Na impossibilidade de disponibilizar uma fotografia do Doutor Freitas Sirvo-me de uma borboleta vermelha, a imagem que me preenche o pensamento quando leio os escritos deste homem que viveu sempre noutra dimensão e que fez as suas escolhas com o coração.
Li o seu último artigo onde reflecte, com coragem, a situação de DESESPERO em que hoje vive. o HOMEM descreve a sua vida actual com "REQUINTADA POESIA", como sempre o faz, falando nas realidades sem pudor nem vergonha.
Freitas da Silva, hoje quase abandonado mas não por alguns amigos. Mordeu e comeu a Maçã que a bela e irresistível EVA lhe ofereceu.
Perdeu quase tudo nessa aventura mas o espírito continua lúcido e a ALMA perdoa todos os pecados dele e dos outros.
Este eterno caminhante, de "SANDÁLIAS" calçadas, ilumina com a sua presença os locais por onde passa. Alguns dizem, há muito, que está louco; Outros, nos quais me incluo, dirão: <« Faz-me lembrar uma borboleta...» de simples colorido e transparente que é.
-Não terá filhos?
... QUE se ORGULHEM DELE.
-COM ESTE ABRIR de ALMA-
O título com que baptizou a sua última crónica no jornal a RECONQUISTA e onde, com "requintes" de BONDADE, mais uma vez se situou nos outros como peças importantes no xadrez da sua VIDA. Deste artigo transcrevo um pequeno período, palavras que nos saltam à vista dum homem que sabe da sua missão.
« Minha MÃE dizia sempre que, eu não vim ao MUNDO para enriquecer mas para cumprir uma MISSÃO-ajudar os outros e fazê-los mais felizes.»
A BORBOLETA FREITAS, que não é a imagem de um NOVO BANCO, presenteou-nos com um dos mais profundos e lindos "ESCRITOS" a que alguma vez tive acesso.
Um recorte que descansa, algures, num dos meus preciosos diários da bela VIDA de PROFESSOR de Artes.
Fala do seu Cão que morreu,,, as palavras, a emoção e a bondade de um homem ímpar que hoje ,,,não está só. Continua com o coração intacto - de AMOR.
Livre de RANCORES ou de frustrações...
A Morte do meu CÃO
«Meus amigos, há
pessoas que não merecem uma lágrima quando morrem, mas há animais que merecem
tudo».
Se há alguma coisa que me deixa
irritado, é ver certas pessoas confundirem abóboras com pepinos, ou, pior do
que isso, compararem o incomparável como meter no mesmo saco pessoas e animais.
Se a pessoa tem um CÃO e lhe dá banho com frequência, faz as visitas de rotina
ao veterinário para lhe dar as vacinas e ver se está tudo bem, passeia o seu
amigo pela trela, há sempre uma vizinha chungosa a dizer:-Os tipos tratam
melhor o seu CÃO do que os filhos. Por outro lado se o CÃO é corpulento e faz
uma asneira e o dono lhe prega dois pontapés no rabo, a mesma vizinha diz que o
dono é um traste, sem sentimentos nem sensibilidade. E tudo acaba com a velha
história do velho, o rapaz e o burro.
Eu nunca gostei de animais, nem plantas de interior. Tudo ao contrário
da minha mulher e filhos. Todavia, quando vivi numa casa de renda que é uma
vivenda, na Avenida Infante Sagres, um dia cheguei a casa e tinha um
cachorrinho que era traçado de pequinois com um rafeiro. Apaixonei-me logo pelo
bicho que era lindo de morrer, muito meiguinho e simpático. Durante alguns dias
tivemos que gramar alguns chichis e cocós, mas rapidamente o bicharoco aprendeu
que isso era para se fazer na rua e então punha-se à porta a pedir para sair.
Como tínhamos um quintal enorme ele lá ia , fazer o serviço e brincar com as
BORBOLETAS e bichinhos de conta. Mais tarde começou a aventurar-se mais e a
sair do portão através das grades largas e ia para a relva das traseiras do
prédio dos emblemas esfregar as patas e brincar com outros cães.
Quando mudei para um sexto andar na Carapalha,
pensei que a coisa ia ser mais complicada, mas não.Punha-se o fadista na rua e
ele ia à Quinta do Dr Beirão visitar o cão do meu Amigo e segundo pai, Senhor
Machado Pires, depois ia para o Monte do Índio apresentar cumprimentos ao
cãozinho do meu colega Mário Barros e finalmente punha-se na praceta Miguel
Torga, a namorar uma cadelinha que era a sua grande paixão. Quando tinha fome
ou sede voltava à Carapalha sempre a atravessar nas passadeiras e pedia ao
André, Segurança na Direcção Geral da Viação para o meter em casa. O André
prestável como sempre, abria a porta, chamava o elevador, e metia-o lá dentro,
marcava o seis e ele quando chegava à porta dava um latido mais forte e a gente
ia abrir-lhe a porta.
Os cães do tipo dele, duram em média nove anos e este já tinha onze.
Comecei então a esperar o pior. Fui com a minha mulher a Lisboa e à chegada ele
estava com demasiados movimentos respiratórios, olhos fechados, orelhas para
trás, boca encerrada e eu vi logo que era o fim. No domingo, depois do almoço
eu e a Teresa adormecemos profundamente devido ao cansaço da véspera e não
demos conta do cão. Acordei com um mau pressentimento. Fui dar com ele morto em
cima da cama da Joana, com a cabeça apoiada rigorosamente no sítio onde a Joana
põe a dela.
DESATEI A CHORAR LÁGRIMAS
GRANDES, GORDAS E DESGOVERNADAS COMO UM RIBEIRO QUE SAI DO LEITO.. Felizmente,
os filhos estavam para São Pedro do Sul, a visitar uns amigos. Dei a notícia
por telemóvel para eles fazerem o berreiro por lá. Fui então acordar a Teresa
disse-lhe que o seu companheiro de todas as horas, estava morto no quarto da
Joana. Não havia fezes nem sangue nem urina.
Apenas uma ligeira baba. A minha
mulher passou-se. Pegou nele ao colo e andou pela casa a chorar como uma
perdida. Eu nessa altura já estava com um choro convulsivo e depois desatei a
berrar como uma carpideira. Sem saber o que fazer liguei para a PSP e o
graduado de serviço. Meu Amigo André disse que trataria de sepultar o animal e
mandaria cá o carro patrulha a vir buscá-lo. Então a Teresa amortalhou-o amorosamente
no lençol da Joana, meteu-o dentro da alcofinha onde dormia e colocou ao lado dele
o seu boneco de peluche favorito.
Quando a polícia chegou fui à porta
gritar-ADEUS ABEL! Quando os filhos chegaram foi outro drama. O meu filho
Francisco abraçou-me a chorar e disse:- Eu AMO-TE TANTO! És o melhor pai do
MUNDO porque nunca gostaste de animais mas permitiste ter um cão que preencheu
a minha infância e a minha adolescência. Dias depois fui aos mármores encomendar
duas placas com o nome dele-ABEL. Uma com letras pretas para colocar na
sepultura e outra com letras douradas para
o recordarmos em casa.
«Meus amigos, há
pessoas que não merecem uma lágrima quando morrem, mas há animais que merecem
tudo».
16 de Novembro de 2006«in jornal a RECONQUISTA»
Dele
Se eu FOSSE MESMO MUITO TONTO vestia-me como um VENEZUELANO RICO, cheio de BRILHANTINA nos fartos CABELOS postiços e com jóias prateadas no pescoço... e Só comeria maçãs.
E, de tão importante que era, seria solicitado pela TVI para ser entrevistado pela JS no seu regresso "TRIUNFAL". E Ela faria muitas perguntas... todas sobre MAÇÃS.
Porque do resto pouco sei...
Estas coisas (ainda) são BOAS!
Riverside~-Agnes obel
À Beira do Rio (Ribeiro)
Descendo a margem do rio perto dos barcos
Onde todo mundo vai estar sozinho
Onde você não verá nenhum sol nascendo
Descendo o rio a correr
bebemos junto às águas até a última gota
Olhamos para as pedras no leito do rio
Pelos seus olhos posso dizer
Você nunca esteve nas margens do rio
Descendo pelas águas do leito do rio
Alguém te chama alguém diz
nade com a corrente e flutue para longe
Descendo pelo rio todos os dias
Oh meu Deus eu vejo como tudo está despedaçado na profundeza do rio
E não sei porque vou pelo caminho
Descendo à beira do rio
Quando aquele velho rio passa pelos seus olhos
Para lavar a sujeira das margens
Vá para as águas próximas
O rio será seus olhos e ouvidos
Ando pelas margens sozinho
Para cair na água como uma pedra
Gelado até a medula dos ossos
Por que venho aqui sozinho?
Oh meu Deus eu vejo como tudo está despedaçado na profundeza do rio
E não sei porque vou pelo caminho
Descendo à beira do rio
(Ana Cabrito)
Os CÃES!
Os OLHARES!
As CRIANÇAS!...antes de serem ADOLESCENTES.
AS "TABLETES" de CHOCOLATE que se comem...
Todos os DOUTORES FREITAS da Silva.
As Borboletas que não são Banqueiras.