2015
Está a cabana iluminada. É lá dentro que
se afaga a memória do futuro, relembrando os pirilampos do passado.
Ah...que saudades tenho dos pirilampos da
minha infância!
HR
BAL (OI) AN (...ÇOs)
"Encarar a vida pela frente...
Sempre... Encarar a vida pela frente, e vê-la como ela é... Por fim,
entendê-la e amá-la pelo que ela é... E depois deixá-la seguir... Sempre
os anos entre nós, sempre os anos... Sempre o amor... Sempre a razão...
Sempre o tempo... Sempre... As horas."
Crazy & Saints
I choose my friends not by their skin or other archetype, but by the pupil.
They have to have questioning shine and unsettled tone.
I'm not interested in the good spirits or the ones with bad habits.
I'll stick with the ones that are made of me being crazy and blessed.
From them, I don't want an answer, I want to be reviewed.
I want them to bring me doubts and fears and to tolerate the worst of me.
But that only being crazy.
I want saints, so they dount doubt differences and ask for forgiveness for injustices.
I choose my friends for their clean face and their soul exposed.
I don't just want a man or a skirt, I also want his greatest happiness.
A friend that doesn't laugh together doesn't know how to cry together.
All my friends are like that, half foolish, half serious.
I don't want foreseen laughter or cries full of pity.
I want serious friends, those that make reality their fountain of knowledge, but that fight to keep fantasy alive.
I don't want adult or boring friends.
I want half kids and half elderly.
Kids, so they don't forget the value of the wind blowing on their faces and elderly people so they're never in a hurry.
I have friends to know who I am.
Then seeing them as clowns and serious, crazy and saints, young and old, I will never forget that 'normalcy' is a sterile and imbecile illusion.
(Oscar Wilde)I choose my friends not by their skin or other archetype, but by the pupil.
They have to have questioning shine and unsettled tone.
I'm not interested in the good spirits or the ones with bad habits.
I'll stick with the ones that are made of me being crazy and blessed.
From them, I don't want an answer, I want to be reviewed.
I want them to bring me doubts and fears and to tolerate the worst of me.
But that only being crazy.
I want saints, so they dount doubt differences and ask for forgiveness for injustices.
I choose my friends for their clean face and their soul exposed.
I don't just want a man or a skirt, I also want his greatest happiness.
A friend that doesn't laugh together doesn't know how to cry together.
All my friends are like that, half foolish, half serious.
I don't want foreseen laughter or cries full of pity.
I want serious friends, those that make reality their fountain of knowledge, but that fight to keep fantasy alive.
I don't want adult or boring friends.
I want half kids and half elderly.
Kids, so they don't forget the value of the wind blowing on their faces and elderly people so they're never in a hurry.
I have friends to know who I am.
Then seeing them as clowns and serious, crazy and saints, young and old, I will never forget that 'normalcy' is a sterile and imbecile illusion.
Como os magos, sempre à procura da verdade que nos precede
A Epifania do Senhor é a sua manifestação, a revelação aos
gentios de todo o mundo do Menino nascido em Belém e já encontrado por
Israel através dos pastores (cf. Lucas 2, 8-20). À manjedoura chegam
também os magos, isto é, sábios, buscadores de Deus que não pertencem
ao povo dos crentes no Deus único, a Israel.
Vêm daquelas terras do Oriente que desde sempre surgem a nós, ocidentais, como lugares em que os seres humanos praticaram, mais do que noutras culturas, uma procura da verdade marcada por uma purificada luta anti-idolátrica. Como esquecer que naquele tempo, e desde já há alguns séculos, existiam o budismo e as outras "vias religiosas" orientais, caminhos percorridos por homens e mulheres em busca de salvação e luz para as suas vidas?
O obscuro nascimento daquele Menino em Belém, de uma família de pobres, atrai assim estes magos, porque a incarnação do Filho de Deus era a maneira com que o próprio Deus desejava unir-se a cada ser humano e a toda a humanidade.
O rei de Israel, o rei que está no trono de David (cf. Lc 1, 32-33), é também o esperado por todos os gentios; para o encontrar, todavia, aqueles sábios deviam partir para Jerusalém (cf. Isaías 60, 1-6) e escutar as Escrituras que contêm as promessas de Deus guardadas pelo povo santo.
O quadro apresentado pelo Evangelho segundo Mateus (2, 1-12) foi, ao longo dos séculos, interpretado e cantado de muitas maneiras, que contudo convergem na comunicação de uma mensagem essencial: a vinda dos magos a Belém é a resposta da humanidade a Deus que quis vir até ao meio de nós para ser o Emanuel, o Deus connosco (cf. Mateus 1, 22-23; Is 7, 14).
Eles encontram indicações e sinais para a sua procura no próprio céu, através de uma estrela que, no seu aparecimento, os coloca em viagem para um lugar ignoto; uma estrela que se assemelha mais a um mensageiro de Deus do que a um cometa, uma estrela que os guia para o encontro com aquele que tanto era esperado, e todavia até então tinha permanecido anónimo e desconhecido...
Mais em profundidade, é uma necessidade que os conduziu até Jesus, a necessidade de conhecer o outro, de sair da auto-referencialidade religiosa, de procurar uma verdade nunca possuída, que sempre nos precede. Um édito promulgado por Ashoka, rei indiano e budista do séc. III a.C., diz assim:
«A fé de todos os outros deve ser respeitada (...). Honrando a fé dos outros exalta-se a própria fé (...). Desejo que os homens do meu reino conheçam as religiões dos outros homens, e assim adquiram uma sabedoria mais sólida.»
Eis o espírito de procura que impele os magos a partir a caminho do Ocidente, e é assim que eles são associados, por um modo só de Deus conhecido, ao mistério pascal (cf. Gaudium et spes, 22).
O Menino nascido em Belém surge assim, hoje, como um dom de Deus a toda a humanidade e, ao mesmo tempo, como a expetativa de toda a humanidade, mesmo de quantos não conhecem a fé dos crentes no Deus único. E assim a bênção chega a todos os gentios (cf. Gálatas 3, 14), segundo a promessa feita a Abraão: «Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra» (Génesis 28, 14).
Na descendência de Abraão coloca-se o próprio Jesus Cristo (cf. Mt 1,1), o Messias; mais: Ele é «a esperança dos confins da Terra» (Salmo 65, 6), capaz de atrair a si todos os seres humanos (cf. João 12, 32)...
Os magos deixaram a sua terra, o seu mundo, e empreenderam uma longa viagem; impelidos pela sua sede de verdade e salvação, caminharam com perseverança para uma meta, porque Deus faz-se encontro a quem o procura com sinceridade. E não foram sós: levaram consigo a sua cultura, a sua identidade, a sua história, tudo oferecendo ao Salvador.
O seu encontro com o Messias, porém, não marcou o fim da sua procura: continuaram a caminhar «seguindo outra estrada», como diz Mateus, ou seja, prosseguindo a sua procura da verdade de maneira diferente. A partir do seu exemplo, nós, cristãos, estamos dispostos a procurar com humildade aquela verdade que sempre nos precede e que, no fim da história, nos acolherá, juntamente com todos os homens, no Reino?
Enzo Bianchi
In "Monastero di Bose"
Vêm daquelas terras do Oriente que desde sempre surgem a nós, ocidentais, como lugares em que os seres humanos praticaram, mais do que noutras culturas, uma procura da verdade marcada por uma purificada luta anti-idolátrica. Como esquecer que naquele tempo, e desde já há alguns séculos, existiam o budismo e as outras "vias religiosas" orientais, caminhos percorridos por homens e mulheres em busca de salvação e luz para as suas vidas?
O obscuro nascimento daquele Menino em Belém, de uma família de pobres, atrai assim estes magos, porque a incarnação do Filho de Deus era a maneira com que o próprio Deus desejava unir-se a cada ser humano e a toda a humanidade.
O rei de Israel, o rei que está no trono de David (cf. Lc 1, 32-33), é também o esperado por todos os gentios; para o encontrar, todavia, aqueles sábios deviam partir para Jerusalém (cf. Isaías 60, 1-6) e escutar as Escrituras que contêm as promessas de Deus guardadas pelo povo santo.
O quadro apresentado pelo Evangelho segundo Mateus (2, 1-12) foi, ao longo dos séculos, interpretado e cantado de muitas maneiras, que contudo convergem na comunicação de uma mensagem essencial: a vinda dos magos a Belém é a resposta da humanidade a Deus que quis vir até ao meio de nós para ser o Emanuel, o Deus connosco (cf. Mateus 1, 22-23; Is 7, 14).
Eles encontram indicações e sinais para a sua procura no próprio céu, através de uma estrela que, no seu aparecimento, os coloca em viagem para um lugar ignoto; uma estrela que se assemelha mais a um mensageiro de Deus do que a um cometa, uma estrela que os guia para o encontro com aquele que tanto era esperado, e todavia até então tinha permanecido anónimo e desconhecido...
Mais em profundidade, é uma necessidade que os conduziu até Jesus, a necessidade de conhecer o outro, de sair da auto-referencialidade religiosa, de procurar uma verdade nunca possuída, que sempre nos precede. Um édito promulgado por Ashoka, rei indiano e budista do séc. III a.C., diz assim:
«A fé de todos os outros deve ser respeitada (...). Honrando a fé dos outros exalta-se a própria fé (...). Desejo que os homens do meu reino conheçam as religiões dos outros homens, e assim adquiram uma sabedoria mais sólida.»
Eis o espírito de procura que impele os magos a partir a caminho do Ocidente, e é assim que eles são associados, por um modo só de Deus conhecido, ao mistério pascal (cf. Gaudium et spes, 22).
O Menino nascido em Belém surge assim, hoje, como um dom de Deus a toda a humanidade e, ao mesmo tempo, como a expetativa de toda a humanidade, mesmo de quantos não conhecem a fé dos crentes no Deus único. E assim a bênção chega a todos os gentios (cf. Gálatas 3, 14), segundo a promessa feita a Abraão: «Em ti e na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra» (Génesis 28, 14).
Na descendência de Abraão coloca-se o próprio Jesus Cristo (cf. Mt 1,1), o Messias; mais: Ele é «a esperança dos confins da Terra» (Salmo 65, 6), capaz de atrair a si todos os seres humanos (cf. João 12, 32)...
Os magos deixaram a sua terra, o seu mundo, e empreenderam uma longa viagem; impelidos pela sua sede de verdade e salvação, caminharam com perseverança para uma meta, porque Deus faz-se encontro a quem o procura com sinceridade. E não foram sós: levaram consigo a sua cultura, a sua identidade, a sua história, tudo oferecendo ao Salvador.
O seu encontro com o Messias, porém, não marcou o fim da sua procura: continuaram a caminhar «seguindo outra estrada», como diz Mateus, ou seja, prosseguindo a sua procura da verdade de maneira diferente. A partir do seu exemplo, nós, cristãos, estamos dispostos a procurar com humildade aquela verdade que sempre nos precede e que, no fim da história, nos acolherá, juntamente com todos os homens, no Reino?
Enzo Bianchi
In "Monastero di Bose"
Pieter Aertsen | C. 1560 | Rijksmuseum, Amesterdão, Holanda | D.R.
Mais em profundidade, é uma necessidade que os conduziu até Jesus, a
necessidade de conhecer o outro, de sair da auto-referencialidade
religiosa, de procurar uma verdade nunca possuída
Os magos deixaram a sua terra, o seu mundo, e empreenderam uma longa
viagem; impelidos pela sua sede de verdade e salvação, caminharam com
perseverança para uma meta, porque Deus faz-se encontro a quem o procura
com sinceridade
A partir do seu exemplo, nós, cristãos, estamos dispostos a procurar
com humildade aquela verdade que sempre nos precede e que, no fim da
história, nos acolherá?
BALTAZAR e o SIGNIFICADO
do
NATAL
Caldeira
O Quarto REI-MAGO
É MESA!
É CALOR...
é AMOR
CONFIANÇA.
ENTREGA DESPIDA.
TOTALIDADE
INGENUIDADE.
PRESENÇA...
SENTIDA.
De VIDA...
VIVIDA
REPARTIDA.
É SONHAR e desejar...
MARCAR, o LUGAR.
Dividir e CONTAR
No NATAL soma + um (1) ano.
para nós desengano de TUDO o que não fizemos.
Fizemos!
Não fizemos
Errámos
Pensámos
gastámos mais um bocado ...
do SER.
Partilhámos desejos e palavras.
No natal faço o BALANÇO no baloiço
do VAIVÉM das CONTRADIÇÕES-que:
-Não são mais do que a dificuldade inventada , para que a estrada, seja
MARCADA pela VONTADE repetida e SOFRIDA, lida e AMADA.
PINTADA!...
Porque assim teve que SER.
FOI...
(O aluno da quase poesia rimada e inventada do PIRES Poeta de verdade)
Quem se esforça seu mal espanta.
e brincava de triciclo vermelho e de ansiedade
multicolor, de bola mundi e de transístor fantasia
e cheirava a vinho e a maresia, a filhó e a frio, a
chaminé e a ternura
e cantava do caramelo a noite e o encanto, a aurora e
todo o pranto
e vestia de saca e capuz e de mãos rasgadas em
magia e brancura
e se chove e se neva e se dezembro cai em flor?
e se foste e voltas a ser o meu calor?
que seja…
que seja a noite, o dia, a alvorada sem ânsia
um abraço, dois suspiros, muitas casas
que seja a vida…muita vida em abundância
mas que o tempo more todo num só voo e seja
sempre dia de sol com asas...
MARCAS...dos MESES
IMAGEM que FALA...
2016
20 IDEIAS do FILÓSOFO
Nietzsche
2016...SEMPRE as HORAS. SEMPRE o TEMPO...
IDEIAS do GRANDE FILÓSOFO-PARA PENSAR e REPENSAR
1. O destino dos homens é feito de momentos felizes e não de épocas felizes
A felicidade costuma ser frágil e volátil, por isso só é possível
senti-la em certos momentos. Se pudéssemos experimentar a felicidade
ininterruptamente, ela perderia todo seu valor, uma vez que só
percebemos ser felizes por comparação. Após um dia inteiro de trabalho,
um pouco de descanso é tudo que queremos. Após um dia inteiro de chuva, o
raiar do sol é maravilhoso. Da mesma forma, a alegria aparenta ser
genuína e intensa quando atravessamos um período de tristeza.
A obrigação de ser feliz é grande motivadora de stresse e frustração. Contra essa perspectiva ingénua, Nietzsche lembra-nos:
"A felicidade vem em lampejos. Tentar fazer com que ela dure para
sempre é aniquilar esses brilhos que nos ajudam a seguir em frente no
longo e tortuoso caminho da vida."
2. A verdade é uma vontade de engano
Nietzsche pensava que a verdade em que se acredita nada mais é do que
uma crença na veracidade de um engano. Sendo assim, a verdade seria uma
ilusão de criação.
O autor refere-se à verdade como sendo uma vontade. Para ele, a
verdade não é uma coisa que está ali para se encontrar ou descobrir, mas
algo que está por criar e que dá nome a um processo. Nietzsche entende
que a vontade de verdade decorre de uma vontade de engano: a necessidade
de se atribuir um determinado valor à categoria de verdade para fazê-lo
mais forte e poderoso a fim de que se possa acreditar nele. Porém, como
este valor foi criado historicamente, seria um engano tê-lo por
verdade.
"Verdade: em minha maneira de pensar, a verdade não significa
necessariamente o contrário de um erro, mas somente, e em todos os casos
mais decisivos, a posição ocupada por diferentes erros uns em relação
aos outros."
Se aceita a verdade como moral, então ela representa um erro
necessário. É impossível viver sem ter representações morais da verdade.
Precisamos acreditar na verdade para validarmos nossa existência, por
exemplo, sem a qual não haveria engano. Para Nietzsche, a vontade de
verdade e a vontade de engano são a mesma, só que observadas de duas
perspectivas diferentes. A vontade de verdade, a busca da verdade e a
crença nesta verdade decorrem da necessidade de se acreditar nas
construções históricas e culturais, então, a verdade decorre da vontade
de engano.
3. A mentira mais comum é a que um homem usa para se enganar a si mesmo
Mentimos para sermos mais
felizes, embora possamos estar apenas nos enganando na intenção.
Niezsche costumava dizer que "enganar os outros é
um defeito insignificante, pois o que nos transforma em monstros é o
auto-engano."
De fato, é muito mais fácil não admitir que se está errado do que
aceitar o próprio erro. Ás vezes, basta assumir humildemente um erro;
apenas dessa forma nos contentaremos com as consequências de uma ilusão
que possa ser vivida.
4. A potência intelectual de um homem se mede pelo humor que ele é capaz de manifestar
Por várias vezes, Nietzsche falou sobre a importância do humor, que
ele considerava uma tábua de salvação para os desgostos que a vida
oferece. Como ele dizia:
"O homem sofre tão terrivelmente no mundo que se viu obrigado a inventar o riso."
Para o filósofo, as pessoas deveriam tachar de falsa toda verdade que
não seja acompanhada por um sorriso. Essa é uma ideia acalentadora,
embora possa ser mentirosa em sua própria atribuição. Mas os benefícios
são evidentes.
5. O homem amadurece quando reencontra a seriedade que demonstrava em suas brincadeiras de criança
"Em qualquer homem autêntico existe uma criança querendo brincar."
Para Nietzsche, considerar fábulas e jogos coisas infantis é sinal de
grande pobreza de espírito, pois somente as pessoas capazes de manter a
curiosidade e o senso lúdico da infância terão sempre novos êxitos ao
seu alcance. Crianças encaram a vida como uma brincadeira, e
pensam que
contos de fada são verdadeiros. Não significa que devemos agir de forma
ingénua, mas é essencial mantermos um pé no mundo da fantasia, o que
aflora nossa imaginação e nos torna mais criativos e producentes.
Às vezes, tudo de que precisamos é deixar de lado o mundo dos adultos e assumir a personagem que já fomos antes.
6. Não se aprende a voar voando
De acordo com o filósofo, quem deseja aprender a voar deve primeiro
aprender a caminhar. Fazer qualquer coisa sem estar preparado gera
decepção iminente. Como diz Nietzsche:
"Quem espera levantar voo sem antes passar pelo aprendizado básico está condenado a uma queda da qual não se reerguerá."
Aquele que conhece suas capacidades e, mais importante, as suas limitações, sabe exatamente quais lutas pode lutar e quais não.
7. Quem luta contra monstros deve ter cuidado para não se transformar em um deles
"Os cínicos costumam esconder-se por trás da maldade do mundo para
dar asas à própria perversão. No entanto, os atos alheios nunca
justificam os nossos."
Com esta reflexão, Nietzsche refere-se às dificuldades e injustiças
da vida que podem fazer com que uma pessoa aparentemente benevolente se
torne malévola por necessidade. Entretanto, ele lembra que, no final,
uma decisão, mesmo terrível, é opção pessoal, e a responsabilidade,
intransferível.
8. É muito difícil os homens entenderem a sua ignorância no que diz respeito a eles mesmos
"Somente quando o homem tiver adquirido o conhecimento de todas as
coisas poderá conhecer plenamente a si mesmo. Por que as coisas nada
mais são que as fronteiras do homem."
O filósofo sugere que não há nada mais trabalhoso que o
autoconhecimento. Então, para chegar-se a um elevado nível de sabedoria,
o homem precisa se dispor a superar seus próprios limites, é claro, com
prudência e ambição suficientes.
9. O sucesso sempre foi um grande mentiroso
O êxito costuma ser um veneno, pois um privilegiado pode agir como
prepotente, e assim ficar estagnado. Nietzsche ensina que, quando a
sorte deixa de sorrir para o bem-sucedido, de uma hora para outro o seu
mundo vira-se de cabeça para baixo. O fracasso, por sua vez, representa
sempre uma oportunidade para melhorar; favorece a humildade, ajuda-nos a
manter os pés no chão, estimula a nossa imaginação e faz-nos explorar novas
perspectivas.
Aqueles que se dispõem a alcançar algo precisam estar devidamente
preparados para derrocar, ao passo que novas oportunidades possam ser
almejadas.
10. A melhor arma contra o inimigo é outro inimigo
Segundo Nietzsche:
"Uma guerra não é travada apenas nos campos de batalha tradicionais,
em que tropas tentam aniquilar umas às outras. A luta acontece em
qualquer área em que os seres humanos disputem influência."
Existem disputas de poder em toda e qualquer circunstância, seja em
casa, no trabalho ou onde for, quando duas ou mais pessoas usam as suas
armas para conseguir o papel central. Assim como os animais, os seres
humanos são territoriais e constantemente buscam aumentar seus domínios,
inclusive o emocional. Mas, como lembra Nietzsche, nem sempre
encontramos um inimigo para opor àquele em perspectiva que está nos
enfrentando, e às vezes, precisamos de fato recorrer a outras
estratégias que impelem nossas ações.
11. A essência de toda arte é a gratidão
De acordo com o filósofo alemão, a gratidão é uma condição
indispensável para apreciarmos a beleza do mundo. Algumas pessoas
aparentemente têm tudo, e sentem como se não tivessem nada, ao passo que
outras realmente têm pouco, mas agradecem e maravilham-se com o pouco
que têm.
Nietzsche ressalta que, se praticarmos a arte da gratidão,
alimentaremos o nosso ser emocional de boas sensações, principalmente nas
horas de dificuldade. Mesmo em ocasiões de tensão e stress, basta
deixarmos agraciar pelas belezas do mundo para encontrarmos forças que
nos permitem superar as árduas provações que advirem.
12. As pessoas nos castigam pelas nossas virtudes. Só perdoam sinceramente os nossos erros
Para Nietzsche, o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença.
Segundo ele, a fúria de quem odeia é nutrida por uma admiração oculta, e
assim também acontece com a inveja. Schopenhauer, filósofo que inspirou
Niezsche, afirma:
"A inveja dos homens mostra quão infelizes eles se sentem, e a
atenção constante que dão aos que fazem os demais mostra como sua vida é
tediosa."
Se apontamos uma boa novidade para alguém e essa pessoa logo aponta
nossas falhas, decerto que ela não deseja que sigamos adiante. Por esse
motivo, convém ocultar nossos êxitos em determinadas oportunidades, pois
assim evitamos uma carga emocional negativa e indesejada de quem
poderia facilmente nos atingir.
13. Se a consciência nos torna humanos, a imperfeição é um traço distintivo de nossa espécie
De acordo com Nietzsche:
"O homem que imagina ser completamente bom é um idiota."
Passamos mais tempo consertando erros que construindo coisas de
valor. Assumir essa realidade nos torna mais humildes e, o que é mais
importante, faz-nos tomar consciência do quanto ainda precisamos
melhorar. Errar faz parte do processo de aprendizagem. Como denota
Nietzsche, as pessoas perfeccionistas acabam por sofrer as consequências
de seus atos imperfeitos e, se algo dá errado, costumam transferir a
culpa para os outros, mesmo que falha alguma seja cometida.
O filósofo nos lembra que é inútil desejarmos ser bons o tempo todo e
fazer tudo certo: o que importa é estarmos dispostos a fazer um pouco
melhor hoje do que fizemos ontem.
14. Só quem constrói o futuro tem o direito de julgar o passado
"Quem constrói o futuro está muito ocupado para julgar o passado".
Por vezes perdemos d em memórias e lembranças passadas
a fim de guiarmo-nos para o futuro. No entanto, tais julgamentos do
passado escondem o orgulho premente de quem se considera dono da
verdade, e também revela grande insegurança. Como diz Nietzsche:
"É mais produtivo construir o que vai acontecer do que analisar o que se passou."
Quem age está menos preocupado do que quem não ocupa a mente.
15. É importante nos orgulharmos de nossos inimigos
Na visão de Nietzsche, não devemos ter mais inimigos que as pessoas
dignas de ódio, mas tampouco devemos ter inimigos dignos de desprezo. O
filósofo afirma ser necessário reservar-nos para os adversários, pois
frequentemente temos que lidar com muitas ofensas, e passar por cima de
muitos para não sermos massacrados.
"Escolhe inimigos que te mereçam."
16. Nós sentimo-nos bem no meio à natureza porque ela não nos julga
O ser humano é um animal que julga, e muitas vezes somos
desnaturalizados pelos outros, o que nos faz sentir estranhos num
mundo de supostos humanos. Nietzsche ressalta que, ao sentirmos o cheiro
de terra fresca, o ar limpo e o silêncio, apenas quebrado pelas
criaturas ao redor, reencontramos nossa essência por tanto tempo
abandonada.
"Na cidade, precisamos representar um papel porque estamos muito
preocupados com o que pensam de nós. Mas, ao voltar à natureza, podemos
nos dar ao luxo de sermos nós mesmos. Não precisamos nos vestir bem,
falar ou atuar de maneira especial. Basta nos deixarmos levar pelo mundo
natural em direção ao nosso interior, onde um manancial de
tranquilidade nos espera."
17. Não há apenas uma morte ao longo da existência
Nietzsche sugere que precisamos pagar pela imortalidade e morrer
várias vezes enquanto estamos vivos. Segundo ele, não há apenas uma
morte ao longo da existência. No transcorrer da vida, vamos vencendo
etapas e superando desafios, simbolicamente, para podermos renascer em
estágios posteriores. A essas transições de uma vida para outra,
Nietzsche denominava "ritos de passagem", tomadas de consciência nas
quais necessariamente deixamos o passado para trás e comprometemos com
novas perspectivas à frente.
18. Quem vê mal sempre vê pouco. Quem escuta mal sempre escuta demais
Muitas vezes, só ouvimos o que queremos ouvir, já que o murmúrio das
nossas ideias preconcebidas se sobrepõe a realidade, sempre mais simples
que a opinião que formamos dela. Nietzsche propõe que devemos buscar o
pensamento com clareza, do contrário, estaremos apenas seguindo ecos e
ruídos de nossos preconceitos.
19. Quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa
Assim como a maioria dos filósofos, Nietzsche sempre destacou a
importância de se buscar uma razão de viver. Quando nossa vida se torna
plena de sentido, falava ele, nossos esforços já não são cansativos, e
sim passos seguros em direção às metas que estabelecemos.
20. O que não nos mata fortalece-nos
Como dizia Nietzsche:
"Se a correnteza não nos mata, acabamos ganhando uma experiência
essencial que nos ajudará a salvar a nós mesmos e às demais pessoas em
futuras provações."
Referência bibliográfica:
PERCY, Allan. Nietzsche Para Estressados.
Eduardo Silva RuanoSempre as HORAS...sempre o TEMPO. Sempre a VIDA...
e o FIM.
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