PLANÍCIE

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

quarta-feira, 20 de abril de 2022

BRANCO




 

 

 



 

 

 

 

 

alba
abril


 

 
branco

 


 

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Instalação-BRANCO-ALBA  25 de ABRIL de 2022

  Foram muitos os poemas que festejaram abril, mas poucos o terão feito de forma tão cristalina como o de Sophia que nos serviu de fio de condutor: 

 

 

Esta é a madrugada que eu esperava 

O dia inicial inteiro e limpo 

Onde emergimos da noite e do silêncio 

E livres habitamos a substância do tempo 

 


 

É esta a mensagem que queremos passar, esta ideia de luz que afasta as trevas e torna possíveis a LIBERDADE, o AMOR e a POESIA. Por isso a cor que elegemos é o BRANCO: todas a cores dançando em alta velocidade a caminho da pureza primordial. Por isso a bandeira que escolhemos são os lençóis brancos: aconchego do corpo e da alma. Por isso os rostos que expomos são os de exemplos máximos de uma liberdade vivida intensamente: poetas na máxima aceção da palavra, cujos versos foram apenas mais um modo de fazer da VIDA poesia .(JF)

 

 

 

Um tipo queria ser ESCRITOR, mas antes queria ser um HOMEM LIVRE.

(Pacheco)

QUE A REGRA É NÃO HAVER REGRA, A NÃO SER A DE CADA UM , COM A SUA RIMA, SEU RITMO.

NÃO FAZER BOM E BONITO MAS FAZER BOM E EXPRESSIVO

Deixa-me sentar numa nuvem a mais alta e dar pontapés na LUA 
que era como eu devia ter vivido a vida toda.
 
 
 




Alexandre O'Neil- Cesariny- Herberto Alexandre O'Neil- Luís Pacheco- Sophia

 

 


















 

 



 













 


 
 Fim! 26 de ABRIL

Fascismo

Socialismo

Capitalismo

Comunismo

Consumismo

Nazismo

 

ABRIL, não há calor como o de ABRIL .

Só há dois dias começaram os dias aconchegantes de ABRIL.

As primeiras sementes germinaram .

 

 


Das obras expostas, esta foi a que mais me destacou pois, possui várias interpretações: é algo simples e complexo, colorido mas monótono e vivo e morto, ao mesmo tempo. Dele, muitas ideias e visões distintas podem surgir. Para mim, destacou-se isso mesmo, não sabia o que dizer ou pensar, fez-me lembrar toda a minha vida, com um ar vivo estampado na cara mas com um mundo sombrio na alma, a distorção que uma vida aparentemente bela pode ter.....aquilo que à primeira vista parece ser simples, sempre tem uma vasta, complexa e camuflada história por trás, escondendo tudo o que as outras pessoas vêem. Fez-me também lembrar da sociedade em que estamos banhados, dos pés à cabeça, uma sociedade que se esconde por trás de cortinas como se tudo à nossa volta de um espectáculo se tratasse, sempre sendo o que os outros querem e nunca sendo o que realmente são..... É isto, para mim, esta obra, principalmente, fez-me lembra a vida escura que tenho mas que escondo por trás de um sorriso e de alegria que transmito e foi isso que me levou a escolhê-la.

(Podia ter escolhido outra, sim podia....mas mais nenhuma me fez ter este sentimento)

RUI DIOGO em21 FEV-2018//Reflexão  sobre uma obra EXPOSTA no CCC Castelo Branco 

REVOLUÇÃO 


- É necessário fazer alguma coisa  sobre o 25 de Abril.

( ...referiu em formato de pedido, o PODER)

 

 A palavra REVOLUÇÃO, arrepia-me-prefiro RUPTURA, é mais construtiva e não mete sangue nem destroços. A minha ÉTICA e sentido do DEVER, levaram-me de imediato à resposta.

-Pois D, comigo não conte no que respeita a cravos vermelhos, Manuéis alegres ou o herói da boina , de Almeirim. Alegre só o POETA e revolucionários cheira-me a tiros e a usurpação, domínio de um grupo (os mesmos, das mesmas famílias sobre as maiorias o povo, este aberto à demagogia).

Se estiver de acordo, será um 25 de Abril
à NOSSA "manêra". E terei que acertar o assunto com o meu "SÓCIO" JF.

- Queres alinhar na ANTÍTESE da GUERRA e do CAOS(?).

>> Já lá devíamos de estar...(!!)


Escrevi várias vezes nestes espaços digitais sobre o meu 25 de ABRIL de 1974- não é tarde nem é cedo para me repetir, hoje 16 /04 a 3 dias de INSTALAR BRANCO.

Estava a semanas de fazer 17 anos, e foi na salinha de espera da estação a TRANSPORTADORA SETUBALENSE de João Cândido Belo e companhia L.da (soa-me a música este nome, gosto de o pronunciar).

 



Houve uma REVOLUÇÃO em Lisboa.

A frase ainda cá pára...


  Recordo que nos dias seguintes, meses e muitos muitos anos a rádio e  a televisão fulminavam-nos com musicas revolucionárias e homens barbudos.

 O homem do saco de (FERRO VELHO) de JM SERRAT a minha canção preferida foi no programa da manhã da emissora nacional, substituída pelas do Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira , Sérgio ainda um pequenote , Vitorino , Luís Cília e muitos muitos mais que aportaram a Abril.

  Apostaram no fim da GUERRA COLONIAL, safei-me , safámos por pouco desta tragédia e entrámos num novo mundo o da TAL LIBERDADE que permanece até hoje. 

Esqueceram-se no entanto de   acrescentar um notazinha> LIBERDADE deverá ser acompanhada por RESPEITO e SENTIDO de RESPONSABILIDADE, partilha e diálogo construtivo.

 

1 de maio de 1975


A veia REVOLUCIONÁRIA 

As primeiras eleições livres, com sufrágio universal, em Portugal realizaram-se a 25 de Abril de 1975, aquando da eleição da Assembleia Constituinte. 
Mário soares
Sá carneiro
Álvaro Cunhal
 
 

 

MÁRIO SOARES (PS) e General ramalho EANES (PR)

Além dos cartazes do "CLUBE que tinha escolhido" cartazes arrancados no momento que os tinha colado,ouvindo adjetivos amorosos tais como:  de FASCISTA a BUFO. Relembrar que no meu Alentejo ser do PS nos anos 70 a seguir à REVOLUÇÃO, dava direito a um mimo>FASCISTA!(...)

Outros grandes e marcantes acontecimentos tive os desprazer de assistir:



- A destruição de todos os troféus desportivos expostos nas vitrinas da minha querida escola.

- O partir dos vidros das salas  da parte lateral  virada para os campos de jogos. Fizeram-se autênticos campeonatos de chuto à bola de basquetebol, com o objectivo de partir o maior número de vidros, até não estarem todos inteiros.

 Estas as imagens mais fortes que Abril me deixou de herança. Outras mais sentimentais  vivenciei-as na minha RUA e na TERRINHA. As portas deixaram de estar abertas como antes, e os novos REVOLUCIONÁRIOS escolheram a dedo as suas vítimas...  FASCISTA ou FASCISTAS foram termos arremessados como balas a determinadas pessoas que não levantavam o punho, porque não, porque não tinham tempo ou porque seriam grandes sábios para lerem a vida. E sabiam de antemão no que daria a REVOLUÇÃO.


Por estes motivos, e para sempre desisti da minha costela de revolucionário, de eleitor, e adepto do clube ROSA. Passando à clandestinidade. Transformei-se num profeta da desgraça no que respeita ao termo REVOLUÇÃO- PROGRESSISMO e o Povo é quem mais ordena.


REVOLUCIONÁRIO-PROGRESSISTA-CAMARADA-ESQUERDISTA-FASCISTA-DIREITA-ESQUERDA-CENTRO.

Rótulos só os do café ou das calças LOIS. Todos queríamos umas calças LOIS, compradas pelas mulheres do TOMATE na Cantina de Badajoz.


Terça logo cedinho iremos instalar o 25 de ABRIL BRANCO. O NOSSO CONCEITO DE REVOLUÇÃO. HOJE MAIS QUE NUNCA ASPIRO AO BRANCO, LIMPO, LISO, PURO E LIVRE DE QUALQUER COR RISCO OU PALAVRA INSTIGADORA DA DESGRAÇA.

 



 

 

O TALHO RUSSO

 ABRIL DE 2022, MAIS QUE NUNCA A LIBERDADE TÃO APREGOADA, DEU ORIGEM AO CONCEITO DE INSEGURANÇA, DE SELVAJARIA E AO ANIQUILAMENTO DE POVOS-MILHÕES DE PESSOAS FORAM mortas e países ecidades destruídas em todo o mundo, nas últimas 8 décadas. GENTE INOCENTE, CIVIS INOCENTES«Europa, Iraque, Afeganistão,Líbia,  Síria, os Rohingyas da  ex-Birmânia, Vietnam, Bósnia, Kosovo e hoje Ucrânia».

Continuamos a assistir em directo ao aniquilamento de uma cultura e de um povo e ficamos sob ameaça da destruição do futuro do planeta,por um grupo de seres diabólicos ditos «NACIONALISTAS, amantes da Pátria Russa»,defensores da verdade e do  glorioso patriotismo.

OS IMPÉRIOS CARREGAM consigo  a DESGRAÇA

 

  Enquanto observamos (como de um filme se tratasse) a este jogo de interesses e esta luta de EGOS. 

COBARDES MATAM FAMÍLIAS

MULHERES

CRIANÇAS

...todos os dias, em directo numa televisão perto de TI!!




 « 2 mulheres e 3 crianças em fuga foram mortas por balas de (?)»


« Uma família destroçada. Uma jovem mãe  em fuga com o marido e dois filhos, foram alvejados. A filha de onze anos caiu ao lado do carro. Nas palavras da mãe, O CORPO da MINHA FILHA ficou sem a cabeça. O Pai também foi morto»

 


 

 


Milhares de Jovens e de futuros Russos e Ucranianos descansam num buraco de terra.Sem futuro-outros milhares não nascerão.

  Este o mundo actual, a INQUIETAÇÃO, a constante inquietação e desesperança, fez-me dizer presente na tal comemoração do 25 de abril- Ruptura, « à minha MANÊRA!!» à nossa maneira-minha e do JF. Desculpem REVOLUÇÕES NÃ!!

Revolucionários, longe...

Rupturas talvez, porque estão viradas para a paz, construção e reinvenção.E são uma sequência do que ficou para trás.

ABRIL BRANCO, porque o branco veste-se de LUZ. É LIMPO e envolveu o CORPO de JESUS...um tal REVOLUCIONÁRIO-abatido-crucificado nos feitos ROMANOS .

BRANCO

LIMPO

PURO

LUMINOSO

ESPERANÇOSO

 >>>ANTÍTESE do CAOS.

 


 

A nossa RUPTURA com o INSTITUCIONALIZADO e ACEITE APATICAMENTE na MULTIDÃO.


 BRANCO-não há FUTURO sem a semente no PASSADO.

(!!!)


 ...ainda há ESPERANÇA.

cvncraft

Ricardo Reis

Prefiro rosas, meu amor, à pátria,

Prefiro rosas, meu amor, à pátria,

E antes magnólias amo

Que a glória e a virtude.

Logo que a vida me não canse, deixo

Que a vida por mim passe

Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa

Que um perca e outro vença,

Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a Primavera

As folhas aparecem

E com o Outono cessam?

E o resto, as outras coisas que os humanos

Acrescentam à vida,

Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença

E a confiança mole

Na hora fugitiva.


 

  ... Grato aos ALUNOS do 10ºAVIS//12ºAVIS

  JF

ABRIL BRANCO NA ES AMATO LUSITANO
algumas palavras acerca de uma instalação profundamente livre
ALBA
Foram muitos os poemas que festejaram abril, mas poucos o terão feito de forma tão cristalina como o de Sophia que nos serviu de fio de condutor:
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
É esta a mensagem que queremos passar, esta ideia de luz que afasta as trevas e torna possíveis a LIBERDADE, o AMOR e a POESIA. Por isso a cor que elegemos é o BRANCO: todas a cores dançando em alta velocidade a caminho da pureza primordial. Por isso a bandeira que escolhemos são os lençóis brancos: aconchego do corpo e da alma. Por isso os rostos que expomos são os de exemplos máximos de uma liberdade vivida intensamente: poetas na máxima aceção da palavra, cujos versos foram apenas mais um modo de fazer da VIDA poesia.
A(BRI)LB(R)A(NCO)
eu vou nascer feliz numa cidade futura1
que a regra é não haver regra,
não fazer bom e bonito,
mas fazer bom e expressivo2
que era como eu devia ter vivido
a vida toda3
havia um homem que corria pelo orvalho dentro4
um tipo que queria ser escritor
mas antes queria ser um homem livre5
(1Mário Cesariny, 2Alexandre O’Neil, 3Mário-Henrique Leiria, 4Herberto Helder, 5 Luiz Pacheco)
P.S-1.: A quem lhe tenha escapado o sentido das pedrinhas deixadas no chão, sugerimos que relembre o som dos alunos caminhando sobre elas e volte a ouvir a Grândola Vila Morena.
P.S-2.: Fugimos aos símbolos mais imediatos para relembrar o 25 de abril. Por vezes, mais importante do que recordar que algo se fez, é recordar os motivos por que se fez.

 

 

Natália Escada

 

Natália Escada Martins
A pureza do branco, junção de todas as cores, que convida à reflexão e à leitura...Cesariny; O'Neil; M.Henrique Leiria, o enorme Herberto Hélder, Luiz Pacheco...com pedaços de frases suas se forma um todo coerente. E neste todo, onde ondula o branco, a liberdade da expressão artística cumpre a sua missão:; Provocar reacções, obrigar a pensar, relacionar, aprender ...
A liberdade que se conquista com a responsabilidade...
Temos de ser mais e parecer menos. E é neste branco que se transfigura na paz desejada, que celebramos a liberdade conquistada. 🤍🤍🤍

Que liberdade é esta que vivemos?

Onde se fala sem dizer nada
Onde se consente a mentira
Onde se pactua com as conveniências
Onde se vê a miséria humana…
No rosto das crianças maltratadas
Dos homens e mulheres humilhadas
Onde quem parece ter, não tem nada
Acontecimentos manipulados
Palavras ocas do parecer
Silêncios impostos à verdade
Interesses que traçam rumos sem retorno
Culpas que não magoam quem devem
Incompetências que governam destinos…

Venha de novo a Primavera com vigor
As palavras puras do amanhecer
O céu rasgado no seu esplendor
Onde cada um sabe o que fazer

Fazer cair as máscaras
Falar com sabedoria
Verdades que impõem rumos
Responsabilidades que traçam destinos
Sem falsas conivências
Com os olhos no futuro
Desenhar momentos felizes
Pelo trabalho sério e responsável
Promover rostos felizes
Crianças protegidas
Adolescentes com esperança
Adultos sem medo do futuro
Trabalhar com entusiasmo
Certos que o Inverno não nos colherá
Antes do Verão ter passado
E termos um Outono descansado

Quero acreditar na liberdade
Mas sem responsabilidade pode tardar
É falsa e oca a que alguns usam
Corrói as mentes e os destinos
Com máscaras e palavras vãs
Sem cuidado podem-nos enganar
Prefiro o pensamento livre
Rostos crentes e empenhados
A tolerância pela diferença
Os deveres desempenhados
Soltar amarras
Sorrisos abertos e esperançados

Cravos vermelhos
Sem sangue a condizer
Solidariedade sem espelhos
A liberdade não pode morrer

Venha a Primavera de Abril
Com força de vendavais
Despertar águas mil
Desmascarar os Carnavais

Levantar a moral embaraçada
Deste povo inconformado
Lutar por nobres ideais
Hastear a bandeira desfraldada

Acreditar sempre sem fraquejar
Sem censura mascarada
Pronunciar sempre a verdade
E o mundo pode melhorar

Vem Primavera de Abril
Despertar os corações
Erguer ao alto as vontades
Fazer valer as emoções
Com a verdade na razão
Jamais nos submeteremos
P’la memória de Zeca Afonso
Venha daí outra canção 

NEM, Palavras e foto (da exposição ALBA, na minha escola, Amato Lusitano, C. Branco)

 

Maria Belo

Mr.John

Direção da Amato


1 comentário:

  1. Natália Escada Martins1 de maio de 2022 às 05:57

    Há pessoas fantásticas no nosso Agrupamento, desde alunos a professores e auxiliares de acção educativa. Precisamos de gente fora da caixa, gente sem medo de sair da zona de conforto e com capacidade de agir e fazer acreditar que há um mundo a melhorar. Os nossos alunos levam um pouco de nós e nós, seus professores, ficamos mais ricos a cada experiência anual, com eles. Sou especialmente grata aos "loucos" que resistem, insistem e fazem sonhar. A sala de Artes é sempre um lugar-poema. Aqui cria-se, respira-se e sente-se paz e liberdade para sorrir de dentro para a vida, apesar de todas as contrariedades e burocracias que nos impingem e quase nos fazem sufocar. Não, não, não vamos desistir, mas sempre insistir. E é nesta loucura do existir que fazemos crer e acreditar. Os alunos são o nosso foco e é por eles que persistimos, nesta tarefa de fazer sonhar.
    Grata ao Álvaro Espadanal, sempre cooperante, com as nossas criações conjuntas, nas exposições do projecto PES, onde os alunos das Artes dão o seu precioso contributo. Grata também ao JT, professor de "vão de escada", como ele diz, pela precariedade da sua colocação anual, brilhante inspirador de mentes jovens, tanto na escrita criativa, como nas lides teatrais, que aqui começam a despontar. Se há trabalhos que nos fazem felizes, este é um deles, por nos fazer sonhar e poder mudar o nosso pequeno mundo. Lançar sementes e deixar que germinem, sem grilhões a apertar.

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