A cores e a PRETO / BRANCO
Kevin Carter (foto)
Solicitei em "JEITO" de provocação poética, ao António VR. Que há sua maneira "REFERISSE INDIFERENÇA".
Olhando o MUNDO total e o nosso
pequeno mundo, parei um pouco e, analisei muitos dos últimos acontecimentos .
Os que vivenciei e os de outros que por destino ou azar, estiveram no
local errado em determinado momento. Não esquecendo, aqueles que por natureza pessoal,
repetem os mesmos erros, vivendo em
comunidade, dando o seu melhor, repetem até à exaustão as mesmas
porcarias.
Recebem como fardo e em troca esta sensação BRUTALIZADA e desumanizada-INDIFERENÇA.
Recebem como fardo e em troca esta sensação BRUTALIZADA e desumanizada-INDIFERENÇA.
As duas fotos assimétricas de
simbolismos Menino e abutre e cão sobre as costas do ciclista, retratam a
parte forte . Tornam-se símbolos do importante na VIDA.
Os Afectos e a protecção dos abandonados pela sorte.
A devida ATENÇÃO a um gesto, a uma oferta ou a um acontecimento que foi a soma do esforço e um grande número de pessoas.
Ou da desgraça de um povo, exemplo da imagem em cima exposta. PORTUGAL
Os Afectos e a protecção dos abandonados pela sorte.
A devida ATENÇÃO a um gesto, a uma oferta ou a um acontecimento que foi a soma do esforço e um grande número de pessoas.
Ou da desgraça de um povo, exemplo da imagem em cima exposta. PORTUGAL
E a nossa como POVO-IMPOSSÍVEL ficar indiferente aos brandos costumes, ao esquecimento às memórias curtas.
Qualquer dia a coisa vai dar em desastre, e deu...
Qualquer dia a coisa vai dar em desastre, e deu...
A INDIFERENÇA MATA-fere como uma faca espetada e muitas vezes mexida.
É o caminho mais curto para a solidão e para a desistência.
E quando são dos nossos-que DOR imensurável.
Desistir dos afectos e... em acreditar nalguma coisa ou pessoas.
A INDIFERENÇA MATA-fere como uma faca espetada e muitas vezes mexida.
É o caminho mais curto para a solidão e para a desistência.
E quando são dos nossos-que DOR imensurável.
Mas é isto que somos hoje, pena de nós próprios , sem paciência ou espaço mental para aceitar tanta repetição e tanta desgraça. Muito longe da lógica de uma vida...
Mas é isto que somos hoje, pena de nós próprios , sem paciência ou espaço mental para aceitar tanta repetição e tanta desgraça. Muito longe da lógica de uma vida...
Mens sana in corpore sano
Milenar, hoje de rastos-Sodoma e Comorra está por perto de uma outra forma.
Ilustrar a indiferença com um poema-só GEDEÃO com o seu GALILEO
Poema para Galileo
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… Eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.
Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar – que disparate, Galileo!
– e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação –
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas – parece-me que estou a vê-las –,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.
António Gedeão, in 'Linhas de Força'
CAINDO!
CAINDO!
CAINDO!
TODOS!!em proporção do peso, da idade ou das alturas que degrau a degrau subimos.
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… Eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.
Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar – que disparate, Galileo!
– e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação –
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas – parece-me que estou a vê-las –,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabiam os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.
António Gedeão, in 'Linhas de Força'
CAINDO!
CAINDO!
CAINDO!
O alerta de Stephen Hawking: "Estamos a ficar sem espaço, nem recursos. Temos de deixar a terra"
TODOS!!em proporção do peso, da idade ou das alturas que degrau a degrau subimos.
CAÍMOS!
CAÍMOS!
CAÍMOS...sem costas que nos "aturem" enquanto civilização.
Sem comentários:
Enviar um comentário