PLANÍCIE

Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem na alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível

Herman Hesse

sexta-feira, 18 de julho de 2014

XLHORI RUI o ZIGHY e NÓS








Sumário
Mundos PARALELOS e TRANSVERSAIS
A Visão por trás do OPACO
Líquidos e sólidos
Palavras e POETAS


 




 PRISIONEIROS do SABER

CRUZAMENTO de EMOÇÕES e imagens CONTRADITÓRIAS



 Sr. RUI e os PIGMEUS


                          





FOI O Sr.Rui  QUE DEU O MOTE PARA ESTE ARTIGO FINAL - O Homem a SUA BOA DISPOSIÇÃO e a sua ENTREGA TOTAL AO GRUPO.
Recordei-me de um pequeno texto, com muitos anos, que fala sobre uma tribo de pigmeus e o valor que dão ao divertimento para a felicidade total do clã.
Espero que na escrita me safe melhor que no dia que a tentei contar.








Para me fazer entender, sobre a necessidade de continuarmos a sermos  felizes com as pequenas coisas com que tropeçamos diariamente, sirvo-me de palavras que não são as minhas e que contam a história de uma tribo de pigmeus das florestas Equatoriais de África:

   Levantam-se de madrugada e trabalham durante cerca de uma hora na colheita da banana, preparação das refeições e cobertura das cubatas com capim, nas caçadas e recolha de frutos silvestres. Passam o resto do dia a divertir-se.

A brincadeira é o elemento mais importante da vida. Se algum começasse a apanhar mais bananas que as necessárias para aquele dia, a armazenar e deixar de utilizar o tempo para se divertir, os vizinhos,

considerá-lo-iam doente. Não é fácil encontrar semelhanças na história dos pigmeus com as vivências do vosso grupo. Mas a verdade existe na semelhança entre eles e vós.




(  HISTÓRIA dos PIGMEUS que tinham no divertimento a razão de suas vidas)

O CÃO-PESSOA ZIGHY




LUA BRILHANTE

  
EXISTE um MUNDO de LÁ
E um MUNDO de cá...
Aqui vivem alguns, dos muitos que não se importam.
MAS...
Vivem algures, em silêncio os que reflectem e se servem de encontros para "DIALOGAR" na procura da melhor solução para ajudar quem perdido ; perdeu a esperança.

 Para lá de NÓS...






EXISTE um MUNDO





 











Existe um MUNDO para lá de Nós...
No momento em que alinhavo este artigo, existo num TEMPO em que a paisagem veste as roupagens de VERÃO - os verdes permanecem em todas as ÁRVORES VIVAS, as que sustentam o nosso RESPIRAR, e como é vital respirar! Ignoramos estas dádivas da NATUREZA PERFEITA como esquecemos outras riquezas do mundo de cá conquistadas nas últimas décadas neste passeio dos HUMANOS. Um clic e temos LUZ na escuridão da NOITE; um gesto em rotação e corre o precioso LÍQUIDO que escasseia em muitas partes do MUNDO de LÁ.
 É sobre um somar de REFLEXÕES que quero estruturar este artigo final - "COLAR" às fotografias muitas das razões do nosso esquecimento. Tudo o que nos rodeia tem uma razão de SER.
 Todas as "CONSTRUÇÕES", os espaços conquistados ao fluir  harmonioso da Natureza. Todas as Guerras, desencontros e falhas, têm um preço no FUTURO.
  Quem somos nós afinal? O que queremos? para onde vamos???
Questões estas já colocadas sobre a "MESA da EXISTÊNCIA" por todas as gerações que nos antecederam. Aqui, neste MUNDO de CÁ...sentimo-las da mesma forma, somamos e perdemo-nos nas mesmas dúvidas.






Os poetas e os PENSADORES aproximam-se mais da verdade do que NÓS, comuns mortais. Tenho em Mãos um pequeno e recente livro de Luis Sepúlveda que veio enriquecer o olhar sobre a VIDA, a minha e a que tenho sobre o meu SEMELHANTE - neste caso os SENHORES das fotos que tanto apreço demonstraram até hoje pela minha pessoa - (...novamente!)às vezes até me sinto um pouco importante,  só por momentos que me fogem entre os dedos como água derramada no nada.




A pequena história desenrola-se à volta de um caracol, um pequeno caracol  que tinha  apenas dois desejos (2) (...que lhe trouxeram vários  problemas): O primeiro, queria descobrir a importância da lentidão; o outro, e aquele que considero mais importante...SONHAVA ter um NOME, um nome que o distinguisse   dos outros caracóis.
...entre si chamavam-se simplesmente caracóis, e  isto às vezes criava confusões.

   "... o caracol que desejava conhecer os motivos da lentidão participava todas as tardes no costume de comer e sussurrar sobre os acontecimentos do dia debaixo do calicanto, e não parava de fazer perguntas sobre o motivo da lentidão e da razão de não terem nomes.

  - Vamos lá a ver-respondeu-lhe uma tarde um dos caracóis mais velhos, já bastante cansado das perguntas dele-, somos lentos porque não sabemos dar saltos como os gafanhotos ou voar como as borboletas. Quanto a não termos nomes, deves saber que só os humanos são capazes de dar nome às coisas e aos seres do prado. Já chega de perguntas insensatas e, se insistires, expulsamos-te daqui.
  Esta ameaça magoou muito o caracol que queria ter um nome e desejava conhecer os motivos da lentidão.
  E também o entristeceu que nenhum dos outros caracóis o apoiasse ou defendesse. E ainda o magoou mais que alguns deles sussurrassem  «sim, sim que se vá embora, queremos viver em paz».


  Ter um NOME que fosse seu, só seu, um nome que o tornasse único inconfundível, devia ser FORMIDÁVEL.


Na sua viagem de procura o pequeno caracol encontrou um MOCHO e uma TARTARUGA, os dois companheiros da jornada que, o ajudariam a solucionar as suas pretensões.


Outras frases do livro, que considero pertinentes nesta pequena busca para suportar as tais FOTOS comuns.


-Abro-os à noite e vejo tudo o que há;durante o dia fecho-os e assim vejo tudo o que houve.

(... o Mocho e o porquê de estar com os olhos fechados durante o dia)   


Tu és um jovem caracol e tudo o que viste, tudo o que provaste, as coisas amargas e doces, a chuva e o sol, o frio e a noite, tudo isso vai contigo, pesa, e, como és tão pequeno, esse peso torna-te lento.

  (...o MOCHO explicando ao caracol o motivo da sua lentidão)


-Alguém me disse, não me lembro quem, que os humanos dedicam as suas vidas a repetir coisas, movimentos e comportamentos a que eles chamam costumes-afirmou um caracol velho.


- Não...me...queixo...mas...os...HUMANOS...crescem...e...esquecem...-suspirou a tartaruga.


...afastando-se para longe ( a tartaruga) e para sempre daquela que tinha sido a sua casa, rumo a um lugar incerto que tinha por nome a mais cruel das palavras. CHAMA-SE EXÍLIO.


 ( ...a tartaruga) 


   A TARTARUGA procurou, com mais calma do que a habitual, as palavras para responder e contou-lhe que durante a sua permanência entre os seres humanos tinha aprendido muitas coisas. Assim explicou-lhe que quando um humano fazia perguntas incómodas, do género « é preciso ir tão depressa?»ou « a sério necessitamos de tudo isso para sermos felizes?», era apelidado de REBELDE.

-Rebelde, gosto desse nome! sussurrou o caracol. 

-Está... bem... REBELDE...- Respondeu a TARTARUGA.

História de um caracol que descobriu o segredo da lentidão- Luis Sepúlveda


 




 A besta HUMANA


Quando nos  sentamos à mesa é HORA de LEMBRAR que não estamos sós. Os pensamentos estão repletos de mensagens para não cairmos na tentação do esquecimento - EXISTEM mundos PARALELOS e a VIDA não é uma FESTA. 

Esquecidos estamos das realidades marginais perto da ombreira das  nossas portas.
Quando me acomodo à vossa mesa tenho a certeza que penso o mesmo que vós, as mesmas preocupações, que todos têm, os que, ano após ano, se juntam semanalmente ou na sardinhada de encerramento com o objectivo de fazer -para a comunidade.

SARDINHADA da SOLIDARIEDADE
2014








A FAVOR do DESPORTO ADAPTADO da APPACDM


Percebem a razão, então, que as fotos nunca são as mesmas pois os momentos são únicos e
É necessário terem CONTINUIDADE.

                                                    MAS

Continuamos sem aprender com todos os exemplos negros da história da humanidade e a história vai-se repetindo.... Guerras, crimes sobre as pessoas, violação dos direitos humanos, desrespeito pela vida (desflorestação, morte de espécies em vias de extinção, poluição, degelo)... A ESTUPIDEZ dos EXCESSOS das "TOURADAS" em todas as arenas da vida e também em PAMPLONA.






Ao invés de reflectirmos sobre todas as tragédias (e nas suas consequências) que assolam as nossas sociedades e o planeta - e que estão a acontecer neste preciso momento em tantos cantos do globo - a vida por cá prossegue de forma vertiginosa e “cega, surda e muda” caracterizada por banquetes sociais, concertos de verão, delapidação do Património comum,futebol, férias e destinos exóticos; Assistimos A traições e zangas dentro dos partidos políticos numa disputa pelo poder e pelos privilégios.








Palestina

 Estupefactos observamos pais que esperam horas intermináveis, com filhos para assistirem a um concerto, indignados “Ninguém quer saber de nós e há 48 horas que estamos aqui” ( Não se percebendo de quem tem a culpa que a senhora esteja há tanto tempo  numa fila à espera de ouvir uns adolescentes Ingleses no Estádio do Dragão),,, e, enquanto isto, barcos a abarrotar de africanos fazem A TRAVESSIA do Mediterrâneo em condições desumanas procurando fugir da guerra, da fome, de violações e de condições miseráveis de vida. E a GUERRA e destruição na Síria, UCRÂNIA-IRAQUE-AFEGANISTÃO, o conflito entre Israelitas e Palestinianos ... 

UCRÂNIA-PLANETA AZUL 2000+14 D.C.





Mas este é outro mundo... É um MUNDO "A PARTE"...

...DENTRO, mesmo no centro do NOSSO. 

Ou será o NOSSO?!

Quem pára o dilúvio???





conclusão

Existe um MUNDO
Para lá das ausências existe um MUNDO
ESCURO
PÁLIDO
SEM CAMINHOS
SEM ESPERANÇA


Para cá da FRONTEIRA
EXISTE a PRESENÇA o RISO e a COR
A DISCUSSÃO e
a discordância
O DESLUMBRAMENTO e o SORRISO
O DIVERTIMENTO 

...SEM MEMÓRIA!



...a riqueza na continuidade.




EXISTE!
...a ESCOLHA está na sensatez.
Continuem! Não desistam agora, quase no fim da jornada,,,seria inglório. Procurem outras vias para minimizarem o cansaço.
Mas não se rendam perante a ausência. 
Ausência=ESQUECIMENTO



                     


O CIRCO


“O circo é uma pequenina arena fechada de esquecimento. Por algum tempo permite que nos percamos, nos dissolvamos em deslumbramento e felicidade, que sejamos transportados pelo mistério. Saímos estonteados, tristes e horrorizados pela face quotidiana do mundo. Porém o velho mundo de todos os dias, o mundo que achamos ser muito nosso conhecido, é o único mundo, e é um mundo de magia, de inexaurível magia. Assim como o palhaço, prosseguimos de um quadro para outro, sempre fingindo, sempre adiando o grande acontecimento. Morremos lutando para nascer. Jamais fomos nascidos, jamais nascemos. Estamos sempre no processo de vir a ser, sempre separados e isolados. Do lado de fora para sempre.” 


Ninguém perceberá a diferença (...) é preciso muito pouca coisa para a gente se transformar em ninguém! É isso o que somos - "ninguém". E "todo mundo" ao mesmo tempo.

(...)

Porque não existe nada sem importância.





Morremos lutando para nascer.

(*Henry Miller, O Sorriso ao Pé da Escada





 

Quantos CRISTOS e PALHAÇOS existem HOJE nos MUNDOS PARALELOS?...Quem ficará para tocar o SINO e fechar a porta??? Se não nascem crianças...




 

"Nunca se pode dar um passo na vida se ele não vier detrás." (Papa Francisco)

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