VINHO NOVO!
A PAR DA PRIMAVERA
...
QUE DEMARCAM O
TERRITÓRIO...ESTÁVAMOS EM 2012, E PROCURAVA HISTÓRIAS, RAZÕES DE SER
PARA SUSTENTAR ESTA CAMINHADA. SÓ OS ANTIGOS (RE) LEMBRAM, E OS ANTIGOS JÁ
CÁ NÃO ESTÃO.
ENTÃO?!... EM QUE FICAMOS (?...!)
ESTÁVAMOS EM 2012 NUM DEZEMBRO COMO ESTE DEZEMBRO-ESCURO, SÉPIA(!),,FRIO. EXACTAMENTE A 23 DE DEZEMBRO DE 2012.
NINGUÉM SE LEMBRA! EU LEMBRO...E É COM ESTE JOGO DE INTERROGAÇÕES E EXCLAMAÇÕES QUE SUSTENTO A SIMBOLOGIA DAS IMAGENS.
SIM! FOI UMA MOAGEM, ALI NA CASA DE
ENTRADA, CHEIRAVA A PÓ E O PÓ ANDAVA NO AR-AQUELA CASA DE ENTRADA. NÃO
ME DIZIA QUE, LÁ + PARA DENTRO, EXISTIA UM IMPÉRIO.
NAS PALAVRAS DELE, FICOU O FILME,
AS HISTÓRIAS E AQUELE HOMEM QUE CRESCEU, CORPULENTO. DIFERENTE DO OUTRO
QUE ME LEMBRA PEQUENO. AMIGO DO MEU PAI, DAS CAÇADAS DOS COPOS E DAS
DESCULPAS DE MENTIRINHAS SEM IMPORTÂNCIA QUE O Mestre JOÃO, SE ESCUDAVA NO
AMEIXA.
ONTEM QUINTA-FEIRA, ENCOSTEI A
CABEÇA NA ALMOFADA E REBOBINEI O FILME DO DIA. VIERAM-ME AO PENSAMENTO
OS ESCRITOS DE TORGA, AS PALAVRAS DE MANUEL DA FONSECA E O VAZIO DA
PAISAGEM. ESTREMOZ, ESTAVA DESERTO, NO ISAÍAS 3 GATOS PINGADOS DECORAVAM
DUAS MESAS E O ROQUE EXPECTANTE CUMPRIA A VIGÍLIA. AS RUAS IDEM, NOS
CEMITÉRIOS POUCO OU NADA SE OUVIA. REBOBINEI SOBRE A ALMOFADA, O FILME
DO DIA. DESTA VEZ, NÃO ERA SÁBADO, SÁBADO DOS MOVIMENTOS. FOI QUINTA,
CRUEL, A DURA REALIDADE DO INTERIOR. ESPELHADA NO VAZIO. ONDE ESTÁ A
EVOLUÇÃO, O BRILHO TANTO APREGOADO DO NOSSO PAÍS ?
O TURISMO, DEPOIS DAS NOVELAS.
COMO HÁ 50 ANOS-SEM ESCOLAS A VILA É UMA PASMACEIRA.
O TURISMO, DEPOIS DAS NOVELAS.
COMO HÁ 50 ANOS-SEM ESCOLAS A VILA É UMA PASMACEIRA.
DIRIGI-ME AO VÉSTIAS DO CEMITÉRIO, ESTAVA NA TROCA DE CONVERSAS AO LADO DE UM JEEP, COM O HERMÍNIO.
MAIS PRECISAMENTE O HERMÍNIO DA SILVA BABAU. DEPOIS DAS PIADAS DO
COSTUME, ESTRELA IRMÃ DO BABAU-A MULHER MAIS BONITA DA EICE. FALOU DO AMEIXA. -TIVE NA DO AMEIXA.
AQUELE - TIVE NA DO AMEIXA...DESPOLETOU EM MIM, A IMAGEM DE 2012...O PING PING, CORRIDO SÓ PARA BAIXO, DAS GOTÍCULAS DO VINHO NOVO, NAQUELA ANTIGA MOAGEM DE CEREAIS-ENTREI PELA MERCEARIA, PASSEI A UMA SEGUNDA SALA ESCURA ONDE ESTAVAM AS TALHAS, E, CORRIA COM PINGAS ENCOSTADINHAS O SABOROSO VINHO NOVO DE DEZEMBRO. VOLTEI À DIREITA, E ENTREI PELA PRIMEIRA VEZ NOS DOMÍNIOS DO AMEIXA. CHEIRAVA A CARNE ASSADA E , NUMA MESA ESTAVA O GRUPO DO ZÉ DA BURRA.
AQUELE - TIVE NA DO AMEIXA...DESPOLETOU EM MIM, A IMAGEM DE 2012...O PING PING, CORRIDO SÓ PARA BAIXO, DAS GOTÍCULAS DO VINHO NOVO, NAQUELA ANTIGA MOAGEM DE CEREAIS-ENTREI PELA MERCEARIA, PASSEI A UMA SEGUNDA SALA ESCURA ONDE ESTAVAM AS TALHAS, E, CORRIA COM PINGAS ENCOSTADINHAS O SABOROSO VINHO NOVO DE DEZEMBRO. VOLTEI À DIREITA, E ENTREI PELA PRIMEIRA VEZ NOS DOMÍNIOS DO AMEIXA. CHEIRAVA A CARNE ASSADA E , NUMA MESA ESTAVA O GRUPO DO ZÉ DA BURRA.
RECOLHI TODO O MATERIAL NECESSÁRIO E
EM CONVERSAS DE CIRCUNSTÂNCIA, SOUBE UM POUCO DA HISTÓRIA DELE E DAS ORIGENS DO
TAL CAFÉ DE BALCÃO CORRIDO ONDE A JUVENTUDE ESTRAVAZAVA A REBELDIA-LÁ
NO QUINTAL, NAS NOITES DE VERÃO E NA MODA DAS PRIMEIRAS IMPERIAIS DE
COPO COM VIDRO FININHO. SÓ EXISTIAM DOIS CAFÉS, JÁ NÃO EXISTIA O DO
AMARO DOS FRANGOS ASSADOS, FORA SUBSTITUÍDO PELA SAMOR.
(E DA CONSTRUÇÃO DA CASA DO POVO, PUXADA PELOS BOIS DO VELHO AMEIXA).
(E DA CONSTRUÇÃO DA CASA DO POVO, PUXADA PELOS BOIS DO VELHO AMEIXA).
O DO SÓDÓ, ONDE A CONFUSÃO NÃO ERA
PERMITIDA, E O DO AMEIXA, MODERNO, SUSTENTADO NO SORRISO DAQUELA FIGURA
BAIXINHA, DAS SALAS ANEXAS DO PEQUENO CORREDOR QUE DAVA PARA O QUINTAL, E
A COZINHA ...ÚLTIMA PORTA DO LADO DIREITO, ONDE A MULHER NOS FRITAVA AS
MAIS SABOROSAS BATATAS FRITAS QUE ALGUMA VEZ COMI. 4 TOSTÕES, UMA
CARCAÇA COM AS BATATAS FRITAS DA MULHER DO AMEIXA. E AS GARRAFAS DA
CERVEJA SAGRES, CRISTALIZADAS COM UM ODOR DE CERVEJA DE VERDADE. FORAM, OS
GRANDES SERÕES DE QUINTAS-FEIRAS, DAS TOURADAS À ANTIGA PORTUGUESA,
CASA CHEIA. QUINTAL CHEIO PORTA DA RUA CHEIA DE JUVENTUDE.
OZARCOS FOI NESTES TEMPOS UMA TERRA CHEIA! DE TUDO, E DE HISTÓRIAS, LENDAS E DE GENTE BOA.
ENCOSTEI A CABEÇA NA ALMOFADA, 22
HORAS, REBOBINEI O FILME, DESDE O MOMENTO QUE O BABAU ARTICULOU -FUI À DO
AMEIXA! E EU PENSEI ... AO VINHO NOVO PINGADO.
O LAR ESTAVA BEM COMPOSTO, AO CONTRÁRIO DOS SÁBADOS DAS MINHAS VISITAS. AI SE VOCÊS SOUBESSEM. TENHO UMA HISTÓRIA PARA CADA ROSTO, DAQUELA GENTE, CONHEÇO-AS TODAS, SÃO QUASE SÓ MULHERES, OS HOMENS MORRERAM TODOS. É A GENÉTICA, OS HOMENS FOD...-SE TODOS DE TANTO QUEREREM SER HERÓIS. ESTAS AS QUE ABRACEI, A ANA, A NATÁLIA, A MÃE DO VICTOR E DO ZÉDUSAPATÊRO. SÉFA DO CACO-QUEM ÉS,,,TU? LEMBRA-SE DA AMC-O FILHO DO GRIZÉU(??)!. A MULHER DO BELO:-PARA A PRÓXIMA VISITA JÁ CÁ NÃO ESTOU!
-ESTÁ POIS!
-JÁ TENHO 92. E NÃO ME IMPORTO.
O LAR ESTAVA BEM COMPOSTO, AO CONTRÁRIO DOS SÁBADOS DAS MINHAS VISITAS. AI SE VOCÊS SOUBESSEM. TENHO UMA HISTÓRIA PARA CADA ROSTO, DAQUELA GENTE, CONHEÇO-AS TODAS, SÃO QUASE SÓ MULHERES, OS HOMENS MORRERAM TODOS. É A GENÉTICA, OS HOMENS FOD...-SE TODOS DE TANTO QUEREREM SER HERÓIS. ESTAS AS QUE ABRACEI, A ANA, A NATÁLIA, A MÃE DO VICTOR E DO ZÉDUSAPATÊRO. SÉFA DO CACO-QUEM ÉS,,,TU? LEMBRA-SE DA AMC-O FILHO DO GRIZÉU(??)!. A MULHER DO BELO:-PARA A PRÓXIMA VISITA JÁ CÁ NÃO ESTOU!
-ESTÁ POIS!
-JÁ TENHO 92. E NÃO ME IMPORTO.
TODOS ESTES "CACOS" FORAM O
PREENCHIMENTO DOS ARCOS CHEIOS, NAQUELAS NOITES DE QUINTA-FEIRA, DOS
NOVEMBROS DOS DEZEMBROS DO MANUEL DA FONSECA, QUANDO ME FALAVA NO LARGO.
O Largo
Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
A casa era para as mulheres.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_fogo_e_as_cinzas
Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
A casa era para as mulheres.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_fogo_e_as_cinzas
O Largo
Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
A casa era para as mulheres.
Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
A casa era para as mulheres.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_fogo_e_as_cinzas
O Largo
Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
A casa era para as mulheres.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_fogo_e_as_cinzas
Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
A casa era para as mulheres.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/o_fogo_e_as_cinzas
O Largo
Era o centro
da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era
através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de
notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade.
O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a
destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
Quem lá dominasse, dominava toda a Vila. Os mais inteligentes e sabedores desciam ao Largo e daí instruíam a Vila. Os valentes erguiam-se no meio do Largo e desafiavam a Vila, dobravam-na à sua vontade. Os bêbados riam-se da Vila, cambaleando, estavam-se nas tintas para todo o mundo, quem quisesse que se ralasse, queriam lá saber- cambaleavam e caíam de borco. Caíam ansiados de tristeza no pó branco do Largo. Era o lugar onde os homens se sentiam grandes em tudo o que a vida dava, quer fosse a valentia, ou a inteligência, ou a tristeza.
Os senhores da Vila desciam ao Largo e falavam de igual para igual com os mestres alvanéis, os mestres-ferreiros. E até com os donos do comércio, com os camponeses, com os empregados da Câmara. Até, de igual para igual, com os malteses, os misteriosos e arrogantes vagabundos. Era aí o lugar dos homens, sem distinção de classes. Desses homens antigos que nunca se descobriam diante de ninguém e apenas tiravam o chapéu para deitar-se.
Também era lá a melhor escola das crianças. Aí aprendiam as artes ouvindo os mestres artífices, olhando os seus gestos graves. Ou aprendiam a ser valentes, ou bêbados, ou vagabundos. Aprendiam qualquer coisa e tudo era vida. O Largo estava cheio de vida, de valentias, de tragédias. Estava cheio de grandes rasgos de inteligência. E era certo que a criança que aprendesse tudo isto vinha a ser poeta e entristecia por não ficar sempre criança a aprender a vida- a grande e misteriosa vida do Largo.
A casa era
para as mulheres.
MANÉL DO AMEIXA-LEOLPOLDINA (MULHER)-GUIOMAR (MARITA) FILHA
COM OS NETOS MIGUEL E ANA
LÁ PARA CIMA!
LÁ PARA CIMA, INDICAVA O SEU DEDO INDICADOR. VAMOS TODOS.
AFINAL O QUE O BABAU ME QUERIA DIZER, ERA QUE O AMEIXA MORREU.
MORREU TAMBÉM A MULHER DO AMEIXA E OUTROS MAIS-ESTE MÊS DE DEZEMBRO FOI
BRAVO, LEVOU MUITOS COM A SUA GARRA DESTRUIDORA, NOVOS E MENOS NOVOS. E
OS LARGOS DE TODOS OS LUGARES DO ALENTEJO, ESTÃO VAZIOS DE
GENTE, E DE FUTURO.
FICAM AS RECORDAÇÕES E AS PALAVRAS DELE, NOS FILMES QUE ARQUIVO QUE (AINDA)
NÃO ME APETECE EDITAR. PORQUE JÁ NÃO VALE A PENA, PORQUE JÁ NÃO HÁ
PESSOAS, OU AS QUE ESTÃO-TÊM O ESPÍRITO LIMPO E FUNDEM-SE NUM ABRAÇO
DE SAUDADES, LÁ PARA OS LADOS DA CASA DO POVO.
ADORMECI E TENTEI ESQUECER, QUE ESTÁ QUASE TUDO LÁ EM CIMA, E NÓS SOMOS
OS QUE SE SEGUEM. FICAM OS DESPOJOS-DESACOMPANHADOS E O ÚLTIMO VINHO AZEDA, TRISTE NAS TALHAS, E TAMBÉM MORRE EM VINAGRE.
AMEIXA, DESAPARECEU
UM DESTES DIAS
DE DEZEMBRO
DE 2018.A MULHER TINHA partido 3 DIAS ANTES.
UNS DIAS DESTES EM DEZEMBRO, DO VINHO NOVO PINGADO.
SÃO 06.45 HORAS-SEXTA-FEIRA QUALQUER-A NOITE AQUI NA BEIRA, AINDA NÃO DEU LUGAR AO DIA. SILÊNCIO E VAZIO. UNS DIAS DESTES EM DEZEMBRO, DO VINHO NOVO PINGADO.
NÃO EXISTEM LARGOS NA BEIRA. NEM GENTE, TAMBÉM!...
-NEM HISTÓRIAS QUE EU SAIBA.
EM tristeza ME DISSIPO! DE SOLIDÃO E DOR. PORQUE SEI DEMAIS.
E PESA-ME A EXISTÊNCIA. PORQUE SEI TANTOS "ROSTOS" E HISTÓRIAS DELES.
...
O SABOR ERA AZEDO, O ODOR INTENSO...FOI NUMA QUINTA-FEIRA , NA MESA DO CENTRO QUE BEBI O PRIMEIRO GOLE DE CERVEJA. ARREPIEI-ME, MAS GOSTEI.
-PROVA LÁ ! DISSE ELE DANDO UM TOQUE NO COPO, ARRASTANDO-O PARA O MEU LADO. TINHA 13 ANOS, NO CAFÉ DO AMEIXA-O MEU PAI, EMANCIPOU-ME ANTES DOS 18.
-PROVA!
LÁ DE CIMA PINGA PARA BAIXO...
Pela janela do meu planeta entra a luz que o enche de vida.
É uma janela admirável, debruada com pôr-de-sóis, alvoradas e outros fenómenos luminosos.
Por ela entra a Luz Solar com que “retino” e admiro os dias terrestres. Por ela vejo outros pontos irradiadores e reflectores de luz quando, por ausência ou diminuição da primeira, me encho de noite, me tapo com ócio, ou me deslumbro com o que estava ofuscado. De noite, reflecte no solo Lunar, mostrando-o diferente de quarto em quarto.
Nesta altura natalícia, mais precisamente no dia 21 de Dezembro, pelas 22h23 min (hora continental), a portada da janela do meu planeta recomeçou a abrir-se, para semear, dia a dia, a noite de luz. (...E A PRIMAVERA!)
Dizem os antigos que é a vitória da luz sobre as trevas. Diz a ciência que ocorreu o solstício de inverno. Dizemos todos que, por estas latitudes, os dias vão ter cada vez mais horas de luz, até que a janela do meu planeta fique o mais aberta que lhe é possível por alturas do solstício de verão. Mas isso é só para o Ano Novo que, por estes dias de festa, também começa.(ANTÓNIO PIEDADE-BIOQUÍMICO)
Solstício 2018. 22:23
Sexta-feira
,
21 de Dezembro
O GRANDE DIA TEM INÍCIO AMANHÃ.
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